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Afastamentos por doenças mentais disparam no país

O mercado de trabalho está aquecido, mas não oferece condições muito saudáveis para trabalhadores e trabalhadoras. Conforme reportagem publicada hoje (25) pelo jornal Folha de São Paulo, multiplicam-se os casos de doenças como depressão e estresse, tendência que já se reflete em forte aumento no número de brasileiros afastados pelo INSS por esse tipo de problema de saúde.

As concessões de auxílio-doença acidentário – que têm relação com o trabalho – para casos de transtornos mentais e comportamentais cresceram 19,6% no primeiro semestre de 2011 em relação ao mesmo período do ano passado.

Esse aumento foi quatro vezes o da expansão no número total de novos afastamentos autorizados pelo INSS. Nenhum outro grupo de doença provocou crescimento tão forte na quantidade de benefícios de auxílio-doença concedidos entre janeiro e junho deste ano.

Onda de doença mental

"Há ondas de doenças de trabalho. A onda atual é a da saúde mental", diz Thiago Pavin, psicólogo do Fleury.

Mudanças adotadas pelo Ministério da Previdência Social em 2007 facilitaram o diagnóstico de doenças causadas pelo ambiente de trabalho. Isso levou a um forte aumento nas concessões de benefícios acidentários para todos os tipos de doença em 2007 e 2008.

Os afastamentos provocados por casos de transtornos mentais e comportamentais, por exemplo, saltaram de apenas 612 em 2006 para 12.818 em 2008. Mas, depois desse ajuste inicial, tinham subido apenas 5% em 2009 e recuado 10% em 2010.

Os dados indicam que, apesar do crescimento do nível de emprego ou quem sabe por conta disto, as condições de trabalho tornaram-se mais duras e insalubres. Um dos fatores que causam depressão e estresse é a alta taxa de rotatividade da mão-de-obra, que segundo estimativa do Dieese supera 50%. O mecanismo, usado pelo patronato para aumentar a produtividade e reduzir salários, é razão de insegurança, alienação e medo para os assalariados.

Com informações da Folha de São Paulo