Mercosul busca coordenar segurança tendo em vista Copa 2014

Os ministros da Justiça e de Interior do Mercosul se comprometeram nesta sexta-feira a consolidar o sistema de troca de informação de segurança, avançar em um acordo sobre segurança em torneios de futebol internacionais –tendo em vista a Copa de 2014 no Brasil– e promover um plano estratégico judicial para a região.

"As redes do crime organizado são verdadeiras empresas transnacionais e, por consequência, a luta contra esses fenômenos criminosos não pode ser apenas nacional", destacou a ministra de Segurança Pública argentina, Nilda Garré, após o acordo ministerial, no qual o Uruguai transferiu a presidência temporária à Argentina.

"É impraticável a desarticulação dessas redes se não formos capazes de dividir informação entre os diferentes países da região, informação estatística, informação de inteligência criminal, se não pudermos fazer diagnósticos regionais comuns", explicou.

Garré afirmou que durante o próximo semestre seu país promoverá a consolidação do Sistema de Troca de Informação de Segurança do Mercosul (Sisme), desenvolvida pelos países do bloco (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) e pelos Estados associados (Chile, Bolívia e Equador), mas questionada no encontro por "falta de consulta sistemática dos países ao sistema".

Durante o encontro, avançou-se na negociação de um protocolo de atuação das forças de segurança em eventos de futebol internacionais nos países integrantes e associados do bloco, sobretudo antes da Copa das Confederações de 2013 e da Copa do Mundo de 2014, no Brasil. A meta é "reduzir os incidentes violentos nos espetáculos esportivos e futebolísticos", disse Garré.

No próximo semestre, a Argentina será também sede do primeiro simpósio de segurança pública e cidadania. Os ministros projetaram avançar na coordenação em matéria de direitos de família, recuperação de ativos e fortalecimento do acesso à Justiça.

Resolveram também realizar no próximo semestre um encontro em Brasília para começar a elaborar um plano estratégico judicial para a região e um seminário em Buenos Aires sobre o desarmamento civil voluntário.

Fonte: AFP