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Obama discute hoje crise da dívida com dirigentes europeus

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebe nesta segunda-feira na Casa Branca alguns líderes da União Europeia (UE) com os quais pretende conversar sobre a atual crise da dívida na Europa, as mudanças políticas nos países árabes e as crescentes tensões com o Irã. Trata-se de uma reunião entre imperialistas decadentes e em crise, que pretendem continuar dominando o mundo.

Do lado europeu, participam da cúpula o presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy; o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso; e a alta representante para Política Externa e Segurança Comum do bloco, Catherine Ashton.

Este é o primeiro encontro realizado em Washington desde que o tratado de Lisboa entrou em vigor há dois anos, quando estabeleceu um novo formato para a representação exterior da UE. A reunião ocorre em meio a investidas desesperadas dos governos europeus para devolver a calma e a confiança aos mercados.

Por enquanto, nenhuma das decisões tomadas pelos líderes e pelas instituições da zona do euro conseguiu impedir o contágio da crise, que começou na Grécia, mas que já atingiu economias maiores, como a Itália e a Espanha, enquanto a zona do euro inteira sofre as consequências da fuga dos investidores.

Dentro de dez dias, líderes dos 27 países-membros da UE realizarão em Bruxelas o encontro do Conselho Europeu, quando possivelmente estabelecerão um novo pacto fiscal, que está sendo preparado pela chanceler alemã, Angela Merkel, e pelo presidente francês, Nicolas Sarkozy, potências imperialistas que impõem ditames aos demais países da UE.

Esse pacto buscará endurecer o arrocho fiscal dentro da zona do euro.

EUA e UE concentram mais de 50% do PIB mundial e mais de 40% do comércio global. Uma recaída da Europa na recessão – não necessariamente um colapso do euro ou do sistema bancário da zona – teria consequências muito negativas aos Estados Unidos, principal parceiro do Velho Continente em comércio e investimentos, que somam cerca de US$ 4 trilhões.

Da cúpula desta segunda-feira, espera-se um pacto entre os imperialistas estadunidenses e europeus: "Espero que a reunião produza uma boa e valioso troca de ideias sobre a crise da dívida – que afeta a todos profundamente -, mas também que permita superar a crise e abordar as relações econômicas a longo prazo", comentava em seu blog neste domingo o embaixador dos EUA perante a UE, William E. Kennard.

Durante a cúpula as potências aliadas farão um balanço da evolução do desenrolar dos acontecimentos nos países árabes, que as forças imperialistas pretendem aproveitar para reforçar sua presença no norte da África e no Oriente Médio. Os líderes pretendem falar ainda sobre os próximos passos em relação ao Irã, país contra o qual não escondem seus propósitos intervencionistas e agressivos.

Antes do encontro entre os principais dirigentes, haverá uma reunião do Conselho de Energia EUA-UE na qual serão abordadas questões de política energética em conexão com a política externa e de segurança.

Na terça-feira, será realizado o chamado Transatlantic Economic Council, criado em 2007 quando o Conselho Europeu era presidido pela chanceler alemã. O evento tem o objetivo de maximizar a dimensão econômica das relações bilaterais e terá como tema principal a cooperação no âmbito de veículos elétricos, mercado avaliado em mais de US$ 1 trilhão.

Com agências