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França e Alemanha querem novo tratado para zona do euro

Em reunião realizada nesta segunda-feira, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, decidiram defender um novo tratado para a zona do euro até março de 2012, cujo objetivo é centralizar ainda mais as decisões sobre política e economia em detrimento da soberania das nações da região.

Os dois governantes das principais economias da região procuraram afinar os discursos e o presidente francês acabou assimilando a posição da Alemanha contra o chamado eurobônus. Os títulos, que seriam emitidos conjuntamente pelos integrantes da zona do euro, não são uma solução para a crise da dívida, sustentou o presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Sem compromissos

"A Alemanha e a França não vão pagar as dívidas dos outros sem serem capazes de controlar as questões da dívida dos outros", afirmou Sarkozy durante coletiva de imprensa acompanhado da chanceler alemã, Angela Merkel. É como se eximir da crise da dívida.

Mas ambos querem um novo tratado para os países da zona do euro até março. Eles vão enviar uma carta para o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, detalhando suas ideias para o texto, que deve conter limites mais severos para os orçamentos dos governos do euro.

"Queremos avançar para ganhar a confiança dos mercados financeiros", disse Sarkozy. "Não temos tempo. Estamos cientes da gravidade da situação. Queremos ir o mais rápido possível, com base neste acordo entre França e Alemanha, que é uma porta para outros", acrescentou.

Centralização autoritária

Merkel comentou que os líderes europeus vão buscar "ganhar um pouco de confiança" no encontro marcado para o fim desta semana. "Estamos em uma situação difícil e devemos reconquistar a confiança (que foi perdida)", afirmou.

Nicolas Sarkozy disse que prefere um tratado com consentimento de todos os 27 integrantes da União Europeia, mas pode aceitar um tratado com aprovação dos 17 países que usam o euro.

O novo tratado deve incluir sanções automáticas para os países que desobedecem as regras relativas ao orçamento fiscal. Na verdade, conforme denunciaram muitos críticos, a iniciativa conduzirá a uma maior centralização das decisões econômicas e políticas da região em Bruxelas, em detrimento da soberania das nações (que já não existe em termos de política monetária ou cambial) e numa UE a cada dia mais dominada pelos interesses de credores concentrados na Alemanha e na França. Uma deriva ao autoritarismo.

Da Redação, com agências