Aldo apresenta na Câmara política para o futuro do esporte
Pensar o esporte como uma política permanente, que seja institucionalizada por meio de um projeto nacional. Que seja visto como prioridade, tenha políticas públicas concretas, nos moldes do Plano Nacional de Educação.
Publicado 07/12/2011 22:52

Essa é visão delineada pelo ministro do esporte Aldo Rebelo ao apresentar na Câmara dos Deputados seu planejamento para o futuro. Na pauta, em uma audiência pública na Comissão de Turismo e Desporto da Câmara, ocorrida nesta quarta-feira (7), estavam os planos para um futuro mais próximo. As ações do ministério para 2012.
Também foram tratados os preparativos para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016. Mas Aldo, além dos assuntos específicos, aproveitou a oportunidade para externar o que pensa para um projeto estratégico do esporte no país.
“O esporte não pode viver de programas e convênios, deve-se buscar a institucionalização por meio de uma política votada no Congresso Nacional”, salientou o comunista, que falava para um público de deputados com a experiência de seis mandatos, inclusive de já ter presidido aquela Casa.
Copa 2014
Sobre a preparação para o Mundial de 2014, o ministro destacou a importância das obras para as cidades-sede e não apenas para a realização do evento. "Há obras adiantadas, com conclusão antes da Copa, como os estádios. Outras que ficarão prontas quando se aproximar a data do evento e ainda outras que têm interesse público, antes de mais nada, porque são importantes para essas regiões metropolitanas", afirmou.
Como projeto estratégico, Aldo disse que mais que a infraestrutura que a Copa vai gerar como legado para as cidades, “o mais importante é a capacidade de embutir nas nossas crianças e adolescentes a prática esportiva”.
O ministro fez questão de salientar que apesar de ter assumido o ministério há poucos dias, tem encontrado muita facilidade no seu trabalho. “A minha felicidade é que encontrei as coisas muito avançadas pelo trabalho que vinha sendo realizado”.
Bebidas em estádios
Como a audiência aconteceu um dia depois do relator da Lei Geral da Copa, Vicente Cândido (PT-SP), apresentar seu substitutivo, as polêmicas apresentadas ali vieram a tona. Os primeiros deputados que intervieram questionaram Aldo sobre a maior polêmica apresentada no relatório, a liberação da venda de bebida alcoólica nos estádios durante o evento.
Cuidadoso, Aldo disse que o assunto ainda compete ao Congresso, que é quem vai definir os rumos da Lei. “Prefiro não entrar na polêmica, pois a Câmara dos Deputados discutiu a fundo e apresentou um relatório. O ministério ainda não se debruçou sobre o tema”.
Apesar da cautela, Aldo apresentou suas reflexões. Ele lembrou que eventos públicos ainda maiores que as partidas de futebol, também com riscos para a segurança pública, contam com o consumo de bebidas alcoólicas: “Ninguém imagina o carnaval, por exemplo, sem o consumo de bebidas alcoólicas”.
O ministro salientou que nas próprias arenas esportivas atualmente pode acontecer o uso de bebidas alcoólicas em outros tipos de eventos. “Então não poderemos ter bebida num estádio durante uma partida de futebol, mas durante o show da Madonna pode?”, raciocinou Aldo.
De Brasília,
Kerison Lopes