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O século 21 é a nova época da América Latina, diz Correa

Somos um continente, uma região, um povo de povos que aponta para o porvir com decisão, afirmou o presidente equatoriano, Rafael Correa, depois de advertir que ninguém detém esta integração latino-americana e a mudança de época. A afirmação foi feita em discurso comemorativo do 477º aniversário da cidade de Quito, transcorrido na terça-feira passada (6).

"Agora que assinamos a ata de nascimento da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), ratificamos que somos um povo gigante, povos diversos, que nunca mais estarão sós e traçamos nosso destino unitário", ressaltou.

Ao concluir na terça-feira passada (6) a sessão solene da Prefeitura Metropolitana de Quito pelo 477º aniversário de sua fundação, o mandatário disse que a Revolução Cidadã investiu cerca de US$ 2 bilhões em obras de benefício social na capital.

O presidente destacou que "oxalá, nas próximas sessões solenes, possamos falar sem ter que recorrer a cifras para rebater os que pretendem semear ideias regionalistas com o propósito de causar dano ao governo e ao país".

"Este é o novo tempo da Pátria", enfatizou Correa, "necessitamos avançar com sentido de urgência, não podemos dar-nos o luxo de perder tempo nem avançar ao ritmo do mais lento, temos que construir um novo Equador e já perdemos muito tempo".

"Estamos construindo esta Pátria Grande que busca seu verdadeiro crescimento apontando para o Sul", afirmou. "Necessitamos, hoje mais do que nunca, da unidade integral; da criação de espaços regionais soberanos; de uma nova estrutura financeira que não indique a criação de consumidores globais; precisamos de cidadãos com solidariedade, entrega, compromisso e paixão pela Pátria."

"Jamais vamos celebrar os conquistadores. Não celebramos a morte e a desolação, mas junto aos mais remotos habitantes da região de Quito celebramos os que souberam levantar-se contra o despotismo e as pessoas rebeldes capazes de desterrar déspotas e corruptos", disse.

"Celebramos esta cidade dos conventos, anarquista, ateia, crédula, rebelde, maçônica, cristã, tudo ao mesmo tempo, e nos orgulha viver aqui rodeados de afeto, conhecimentos, fogo de vulcões, vento de montanhas, trinado de beija-flores e ventos de liberdade."

"Temos sangue sábio, milenar, de inga, de mandinga, de mouros e cristãos, de árabes, caboclos, longos, camponeses da costa, interioranos, caipiras, de todas as regiões, todas as vertentes do carinho, as forças e as ganas de levantar este país", sublinhou o mandatário equatoriano.

"Quito, mestiça no coração ardente da Pátria, celebra a memória de suas raízes, reivindicando ao mesmo tempo aqueles que vieram de longe, mas não os que vieram para matar e roubar, celebramos a memória dos que chegaram para semear um novo abecedário", afirmou Correa.

"Estamos construindo um futuro de liberdade, segurança, confiança, um futuro do bem viver, solidariedade e alegria compartilhada, levantando sobre nossa memória esta cidade ideal que não existe ainda mas que já está prefigurada nos sonhos de todos os seus habitantes."

Finalmente, o presidente recordou Simón Bolívar, "esse extraordinário latino-americano que pensava em séculos e mirava em continentes", em cujos sonhos "vislumbrava nossa Pátria Grande, de paz e solidariedade, com um só coração imenso em forma de continente".

Prensa Latina