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Em ambiente tenso, chefes europeus reúnem-se em Bruxelas

Os dirigentes da União Europeia reúnem-se nesta quinta-feira (8) em Bruxelas, para mais uma cúpula cercada de grandes perigos, com divergências de fundo entre os seus principais integrantes.

"A situação é grave, o euro pode explodir", advertiu nesta quinta-feira (8) o ministro francês Assuntos Europeus, Jean Leonetti. "A Europa pode desabar, o que seria uma catástrofe, não apenas para a Europa e para a França, mas para todo o mundo", declarou o ministro em entrevista ao Canal Plus, horas antes do início em Bruxelas da reunião de cúpula.

O ambiente é tenso entre os chefes de Estado e de governo da União Europeia, que terão nesta quinta um longo jantar de trabalho na capital belga, antes de prosseguirem os trabalhos na sexta-feira (9). Alguns dos participantes se encontraram antes em Marselha (França), onde se realiza uma reunião de partidos conservadores europeus. É o caso principalmente da chanceler alemã, Angela Merkel, e do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

Entre os temas espinhosos sobre a mesa estão a mudança do tratado da União Europeia, exigência principalmente da Alemanha, que a todo custo pretende impor uma nova disciplina fiscal, na verdade mais arrocho, a todos os países membros, a partir de normas supranacionais, e regras mais estritas de condução das políticas fiscais e monetárias.

Os imperialistas germânicos querem, com as chamadas novas regras de ouro da UE, instituir graves punições financeiras automáticas contra os países que não seguirem o figurino do arrocho fiscal. A Alemanha propõe ainda medidas de intrusão da UE nos orçamentos nacionais dos países membros, uma definitiva perda de soberania nacional.

Em debate entre os chefes de Estado e de governo está a questão de estender a reforma do tratado a todos os integrantes da UE (28 a partir do ingresso da Croácia na reunião de hoje) ou apenas aos 17 países da zona do euro.

O presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, deixou entrevisto que o BCE pode assumir maiores responsabilidades no enfrentamento da crise, caso um pacote de mais arrocho fiscal seja adotado pela zona euro.

Com agências