Sem categoria

Convocação de Fernando Pimentel é recusada no Senado

A base governista derrubou mais um requerimento de convocação do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, para prestar esclarecimentos sobre a empresa P-21 Consultoria, que foi de sua propriedade entre 2009 e 2010. Desta vez foi na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor, Fiscalização e Controle do Senado. Foram oito votos contrários ao convite e cinco favoráveis.

Votação de requerimento

O requerimento era de autoria do líder do PSDB, Alvaro Dias (PR). A atuação de Pimentel como consultor vem sendo colocada sob suspeita por órgãos da imprensa, principalmente através de reportagens do jornal O Globo. O ministro é acusado de tráfico de influência, por ter atendido empresas que mantém contrato com a prefeitura de Belo Horizonte, que tem como prefeito seu aliado Márcio Lacerda (PSB).

Na defesa que fez do seu pedido de convocação, o senador Alvaro Dias afirmou que até hoje o comportamento do governo tem sido de incentivar que os ministros que são denunciados compareçam ao Congresso para prestar esclarecimentos. “Não comparecendo, nós podemos supor que as denúncias são tão graves que fica a impressão de que o ministro Pimentel está assumindo a culpa”.

Comparação

O senador Jorge Viana (PT-AC) reagiu à provocação e disse que o ministro já deu explicações à Comissão de Ética Pública, que nenhuma dúvida ficou sem ser respondida. “Vi isso no governo Fernando Henrique Cardoso. Vários ministros saíram do governo para trabalhar na iniciativa privada e depois alguns voltaram para a vida pública. Isso não é crime. Seria um equívoco fazer a fiscalização e controle de indivíduos que exerceram atividade privada”.

O senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) comentou que o comportamento do PT no caso de Fernando Pimentel está sendo contraditório com o apresentado nas convocações de ministros que aconteceram neste ano. “O Planalto tem usado dois pesos e duas medidas. Para todos que não são do PT, vêm ao Congresso. Agora o que vejo aqui são os petistas barrando o depoimento do ministro do partido”.

A argumentação do senador tucano ecoou em um senador governista. Ivo Cassol (PP-RO) votou com a oposição e justificou dizendo que deve ter um tratamento igual para todos os ministros e lembrou que Mário Negromonte, também filiado ao PP, teve que ir ao Congresso.

O responsável por encaminhar o voto governista foi o líder Romero Jucá (PMDB-RR). Ele disse que disse que o episódio é uma questão privada. “Como Pimentel não era servidor público na época, não cabe dar esclarecimentos sobre sua vida privada no Senado”.

De Brasília,
Kerison Lopes