Novo presidente da Tunísia promete ser fiel à revolução
A Assembleia Nacional Constituinte da Tunísia elegeu na segunda (12) o ex-dissidente e líder do partido Conselho Pela República (CPR), Moncef Marzuki, novo presidente da Tunísia. Ele foi o único candidato ao cargo, que é o segundo mais importante na escala hierárquica política do país. Marzuki prestou juramento nesta terça, prometendo ser uma "garantia dos interesses nacionais, do Estado de direito e das instituições, fiel aos mártires e aos objetivos da revolução".
Publicado 13/12/2011 10:01
Vestido com uma túnica de cor castanha sobre um casaco azul e camisa branca, Moncef Marzuki jurou sobre o Alcorão ser o "presidente de todos os tunisinos e não poupar esforços para melhorar a vida dos compatriotas".
Marzuki, 66 anos, médico de formação, comprometeu-se a garantir o "direito à saúde, o direito à educação e os direitos das mulheres" e, visivelmente emocionado, prestou homenagem aos mártires da revolução: "Sem o sacrifício de vocês, eu não estaria aqui, neste lugar", disse com lágrimas nos olhos.

Moncef Marzuki, candidato único, foi eleito ontem
O novo presidente contou com o respaldo de seu partido e de outros dois grupos majoritários na Assembleia, o movimento islâmico Al Nahda e o partido Atakatol. Marzuki foi eleito com o apoio de 153 dos 202 parlamentares presentes, enquanto três votaram contra, 44 em branco e dois se abstiveram.
Outras pessoas tentaram se apresentar à eleição, mas não conseguiram o apoio mínimo necessário de 15 membros da câmara legislativa. Um candidato, que cumpria esse requisito, por outro lado, não possuía a idade mínima, 35 anos, segundo estipula a constituição provisória de 26 artigos aprovada na noite de sábado (10).
Após sua nomeação, Marzuki pronunciou um breve discurso no qual agradeceu ao apoio dos legisladores, qualificando-o como "um apoio ao Estado, ao Parlamento e à Revolução".
"A confiança é o que distingue a nobreza do ser humano" disse o novo presidente, que insistiu que a democracia "não é uma questão de maioria ou minoria, mas de confiança".
Marzuki se torna, assim, o primeiro presidente eleito desde a queda de Zine el Abidine Ben Ali, que abandonou o país no último dia 14 de janeiro, após um mês de protestos populares que se estenderam por todo o país.
No último mês de outubro, mais de sete milhões de tunisianos elegeram os 217 componentes desta nova Assembleia Constituinte. Além da redação de um novo texto constitucional para o país, o plenário também fora empossado da missão de eleger um novo presidente. O próximo passo será a nomeação de um primeiro-ministro, decisão que será tomada por Moncef Marzuki. Tudo indica que ele deve escolher o islamita Hamadi Jebali.
Com agências