Israel agora estuda proibir megafones de mesquitas
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu garatiu neste domingo (11) que iria apoiar uma lei que proíbe mesquitas de utilizarem megafones para conclamarem seus fiéis. A intitulada Lei dos Muezins, que são os responsáveis no Islã pelo anúncio do momento das cinco preces diárias, abarcará todas as casas de cultos religiosos, mas atingirá principalmente as mesquitas.
Publicado 14/12/2011 15:09
Durante encontro de Netanyahu com seus ministros do Likud, o partido conservador israelense, ele referiu-se à lei lembrando que o questionamento “é legítimo na Bélgica e na França” e que seu país, por essa razão, não “possui a obrigação de ser mais liberal do que a Europa”.
Na suíça, em 2009, uma maioria de quase 60% votou pela proibição dos minaretes das mesquitas e na França, em setembro deste ano, a comunidade de mais de cinco milhões de muçulmanos foi proibida de rezar em público.
Anastassia Michaeli, parlamentar idealizadora do projeto, argumenta que centenas de milhares de israelenses "sofrem diariamente" com o barulho causado pelo anúncio dos muezins. Ela acrescenta que seu texto “atende a uma visão global daqueles que acreditam que a liberdade de religião não pode sobrepor-se à qualidade de vida”.
A cúpula do Likud, contudo, mostrou-se crítica com relação ao novo projeto e fez com que o primeiro-ministro anulasse o assunto da pauta de debates do Comitê Ministerial para Legislações. Netanyahu teria tomado a decisão após perceber que não conseguiria reunir maioria para o projeto nem mesmo entre os membros de seu partido.
Michael Eitan, ministro do desenvolvimento, disse que “se a intenção é combater o barulho, então a lei deveria ser aplicada a todo tipo de barulho e em qualquer lugar”. “Mas a parlamentar”, ele completa, “parece querer combater a religião”. O vice-primeiro-ministro Dan Meridor ressaltou que uma lei como essa apenas aumentaria as tensões.
O ministro da cultura e dos esportes, Limor Livnat, também acompanhou as críticas alegando que já existe legislação específica que atende aqueles incomodados por som alto. A chamada Lei Anti-Ruído precisaria apenas, na visão de Livnat, de um pequeno reforço.
As maiores tensões com relação ao ruído provocado pelos muzins acontecem entre a cidade portuária de Cesareia, aonde Netanyahu reside, e o povoado Jisr al-Zarqa. Debates entre moradores de ambos os vilarejos já foram organizados, mas muitos se queixam da ausência do primeiro-ministro nas discussões. Az-a-Din Amash, líder da comunidade de Jisr al-Zarqa, diz não querer entrar em conflitos com Cesareia, mas, pelo contrário, argumenta ter articulado “comitês conjuntos e o diálogo”.
Com Efe