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Chanceleres árabes adiam reunião de emergência sobre Síria

Os chanceleres da Liga Árabe (LA) adiaram uma reunião sobre a Síria prevista para o sábado (17) na cidade do Cairo, capital do Egito, mas uma força tarefa esboçará amanhã em Doha a resposta a Damasco, informaram fontes diplomáticas.

Um comunicado difundido na quinta-feira à noite pelo subsecretário geral da organização pan-árabe, Ahmed Ben Helli, confirmou o adiamento indefinido do encontro entre os ministros de Relações Exteriores, que teria sido o sexto em pouco mais de um mês.

Em lugar dessa reunião, afirmou Ben Helli, uma força tarefa árabe encarregada de monitorar a situação na Síria divulgará, este sábado na capital do Catar, a resposta às condições do governo de Bashar Al-Assad para o envio de uma missão observadora.

O diplomata esclareceu que ao mesmo tempo continuarão negociações destinadas a persuadir Damasco a assinar um protocolo incluído em um plano da Liga Árabe, supostamente concebido para proteger civis e instalar observadores para deter os conflitos.

As autoridades sírias expressaram claramente sua disposição a assinar um protocolo apresentado pelos ministros durante uma reunião em Rabat, Marrocos, em 16 de novembro passado, mas estabeleceram certas condições.

Damasco expôs ao secretário geral do organismo, Nabil el-Arabi, que suas contrapropostas eram modificações de pouca relevância que não afetam a fundo o protocolo", como, por exemplo, que a missão de observadores árabes coordene suas atividades com as autoridades.

Além disso, em uma carta enviada pelo chanceler sírio, Walid Al-Muallem, foi pedido a El-Arabi que se fossem revelados nomes, nacionalidades, funções e duração do trabalho de monitoramento, bem como que o documento em questão seja circulado de forma oficial entre os membros da ONU.

A Síria invocou também a cláusula oito da Carta da Liga Árabe, a qual proíbe aos Estados membros modificar o regime político de outro, e a anulação das sanções adotadas no dia 27 de novembro.

Também reivindicou que restitua-se sua condição de membro, suspensa há um mês, e que a cerimônia de assinatura se realize em Damasco.

Nesta quinta-feira, o titular da LA voltou a reunir-se no Cairo com representantes da oposição síria, uma linha reiterada dentro de um esquema de hostilidade contra Al-Assad impulsionado por Estados Unidos, União Europeia, Turquia e as monarquias árabes do Golfo Pérsico.

O adiamento da reunião ministerial acontece um dia depois que a Rússia apresentou perante o Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que chama "todas as partes na Síria a deter imediatamente a violência, qualquer seja sua origem".

A iniciativa de Moscou, que não fala de sanções, pede ao governo sírio que respeitar os "direitos de liberdade de expressão, reunião e associação pacífica" e chama a Liga Árabe a se manter trabalhando "com todas as partes" para evitar a violência e promover o diálogo.

Fonte: Prensa Latina