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Exército e polícia do Egito reprimem oposicionistas

Soldados do Exército e policiais do Egito reprimiram novamente nesta sexta-feira (16) manifestantes que protestavam diante da sede do governo, no centro da cidade do Cairo. Membros da oposição confirmaram a existência de dezenas de feridos.

Ativistas que levam quase quatro semanas acampados nas imediações das sedes do Parlamento e do Conselho de Ministros denunciaram que os soldados e policiais os agrediram com gases lacrimogêneos e cassetetes, a que responderam lançando pedras e queimando vários carros.

Policiais militares que estavam instalados na região dispersaram cerca de 300 manifestantes que tinham se concentrado depois de circular rumores de que um de seus colegas – identificado como Abboudi Ibrahim – tinha sido golpeado e torturado na prisão.

A agência de notícias cubana Prensa Latina constatou na quinta à noite e na manhã desta sexta um pouco de caos e agitação na praça Tahrir, onde continuam instaladas algumas barracas, apesar da recente reabertura ao tráfego, depois dos gigantescos protestos de novembro.

Nas primeiras horas desta sexta-feira foram ouvidos disparos para o ar, realizados pela polícia para desocupar a região, habitualmente congestionada com milhares de pedestres e carros enquanto os manifestantes contrários à Junta Militar desafiaram gases lacrimogêneos e golpes de cassetetes.

Segundo comentou uma fonte não identificada, o ativista Ibrahim foi preso quando saiu do acampamento improvisado em frente ao Conselho de Ministros, e em redes sociais na Internet foram difundidas fotos dele com ferimentos supostamente causados pelas autoridades.

Além de exigir ao Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA) que ceda o poder a uma autoridade civil sem seu amparo, os ativistas condenam o recém criado governo do premiê Kamal Al-Ganzouri, que serviu a Hosni Mubarak nesse mesmo posto (1996-1999).

Embora durante a tarde dia prevalecesse uma calma tensa, membros de organizações juvenis que lideraram os protestos contra Mubarak no começo do ano divulgaram mensagens por redes sociais para convocar demonstrações, previstas para esta mesma sexta-feira.

Os incidentes coincidiram com o fim do primeiro turno da segunda fase das eleições parlamentares, nas quais o triunfo abrumador de partidos islamistas irritou os ânimos entre setores laicos e jovens revolucionários decepcionados com a votação.

Há quase um mês, milhares de egípcios exigiram na praça Tahrir a aceleração da transição democrática, a renúncia do anterior premiê Essam Sharaf e a retirada dos militares para os quartéis.

As mobilizações foram reprimidas pela polícia, com saldo de ao menos 42 mortos e cerca de dois mil feridos, segundo o Ministério de Saúde.

Fonte: Prensa Latina