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Aeroviários e aeronautas marcam greve para quinta

O impasse entre trabalhadores e empresas do setor de aviação do país culminará em uma greve marcada para quinta-feira (22), a partir das 23h. Em estado de greve desde novembro, os cerca de 100 mil aeroviários e aeronautas cruzarão os braços para reivindicar 10% de aumento salarial e 14% de aumento sobre os pisos. A categoria assegura que fará somente o que está previsto em lei, e que garantirá o serviço.

As entidades sindicais se comprometeram a manter 20% dos funcionários em atividade, como prevê a legislação. No entanto, a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac) ainda não sabe precisar quantos trabalhadores vão aderir. “Os sindicatos têm ciência (da legislação) e irão cumprir todos os trâmites necessários à realização da greve”, declarou a Fentac em nota enviada ao Vermelho.

Inicialmente, os aeroviários e aeronautas pediam aumento salarial de 13% e aumento sobre os pisos de 20%. Após reuniões e assembleias, os sindicatos baixaram a proposta para 10% de aumento salarial e 14% de aumento sobre os pisos, “para demonstrar boa vontade nas negociações com as empresas”.

Em audiência de conciliação mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), realizada no início da tarde desta segunda-feira (19), os trabalhadores não aceitaram a proposta de 6,17% de reajuste salarial apresentada pelos representantes das empresas aeroviárias.

Além do aumento de 7%, os aeroviários (pessoal de terra) e aeronautas (que trabalham embarcados) pediram hoje a fixação do piso de R$ 1.100 para os operadores de equipamentos, mas as empresas só aceitaram estabelecer o piso de R$ 1 mil. As empresas e os trabalhadores chegaram a um acordo em relação ao aumento de 10% no piso da categoria, no vale-refeição e na cesta básica.

As empresas alegam que não podem oferecer um reajuste maior que o da inflação oficial. No entanto, os trabalhadores contestam. Segundo eles, os dados oficiais mostram que existem condições financeiras para conceder um aumento maior.

Segundo a Fentac, a aviação brasileira mais que dobrou de tamanho nos últimos cinco anos – dezembro de 2010 x dezembro de 2005 = 104,42% –, uma média anual de 15,37% de crescimento. No mesmo período, os trabalhadores obtiveram um aumento real de apenas 7,79%, o que representa uma média anual de 1,51%. Confira os gráficos apresentados pela categoria aqui .

O dissídio da categoria só deve ir a julgamento na Seção de Dissídios Coletivos do TST, formada por nove ministros, em fevereiro, quando terminam as férias coletivas do Tribunal.

Da Redação, com informações da Fentac e da Agência Brasil