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Hamas se diz comprometido com reconciliação palestina

O premiê de fato em Gaza, Ismail Haniyeh, afirmou nesta terça-feira que o movimento islâmico Hamas continua comprometido com a reconciliação palestina, e pediu à Liga Árabe para apoiar a Faixa de Gaza bloqueada por Israel.

Haniyeh, líder do Hamas na Faixa de Gaza, reuniu-se no Cairo com autoridades políticas e da Irmandade Muçulmana, bem como com o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Arabi, a quem solicitou respaldo para romper o cerco territorial e marítimo de Israel.

Igualmente, o dirigente palestino solicitou a contribuição da entidade pan-árabe para reconstruir a Faixa de Gaza, submetida a medidas econômicas punitivas do Estado sionista desde junho de 2007 e devastada pelos bombardeios iniciados há três anos que causaram 1,4 mil mortos.

A operação militar lançada pelo Exército israelense que durou de 27 de dezembro de 2008 a 18 de janeiro de 2009 resultou também em mais de 4,5 mil feridos, em sua maioria civis.

Haniyeh debateu esses temas com Arabi, e propôs-lhe que a organização regional pressione Tel Aviv para que detenha a "judaização" de Jerusalém e a política dirigida a frustrar a identidade palestina e a cultura dessa cidade santa.

"As nações árabes devem educar seus povos a respeito de Jerusalém para evocar a importância da cidade", destacou Haniyeh, ao mesmo tempo que expressou admiração pelo papel do Egito em respaldo da Autoridade Nacional Palestina (ANP).

Assim, descreveu a reconciliação como uma "opção estratégica sem retrocesso" porque "a causa palestina se beneficiou das revoltas sociais na região", agregou em sua primeira viagem fora de Gaza desde que as forças armadas israelenses a bloquearam em 2007.

Por seu lado, o líder político do Hamas, Khaled Meshaal, alentou a formação de um governo de unidade para pôr fim à divisão entre a Faixa de Gaza, controlada pelo grupo islâmico, e a Cisjordânia, base do Fatah e da Autoridade Nacional Palestina, ambas lideradas por Mahmoud Abbas.

Em declarações à TV palestina, o dirigente exilado na Síria destacou que as facções tinham lembrado no Cairo um programa político ao qual o Hamas aderirá, ainda que com emendas, e que inclui criar um Estado palestino independente sobre as fronteiras de 1967.

Esse pacto também contempla trabalhar a favor de que se garanta o direito de retorno dos refugiados e que o grupo islâmico não seja obrigado a reconhecer a Israel.

Prensa Latina