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Assad Frangieh Os grupos da Resistência Iraquiana

Durante nove anos, a resistência iraquiana soube coordenar suas ações militares com uma estratégia política que fez com que os americanos se retirassem do país num período relativamente curto sem conseguirem manter nenhuma base militar e muito menos manter suas influências de poderio militar. Os americanos permaneceram vinte anos no Vietnã e já estão no Afeganistão há dez anos.

Por Assad Frangieh

A resistência iraquiana era composta por diversas organizações. A maior e mais importante dessas facções, foi o braço militar da corrente de Al-Sadr chamada de Brigada do Dia Prometido , fundada em 2003. É uma corrente islâmica iraquiana que adota a Jihad (guerra santa) como caminho para a reforma e a mudança enquanto houver a ocupação. Os mecanismos da Jihad ficam determinados pelas circunstâncias do interesse islâmico e nacionalista.

A Liga dos Justos é considerada a facção militar da organização Resistência Islâmica (Ahl Al Hak – o povo da verdade). É uma facção que se separou da corrente de Al-Sadr em 2004 por divergir dos métodos da resistência iniciando suas atividades na clandestinidade.

As Falanges da Revolução dos Anos Vinte têm esse nome referente à revolução iraquiana contra os britânicos acontecida em 1920. A organização acredita que apenas a resistência militar conseguiria a retirada dos ocupantes e por esta razão não participou do processo político.

As Falanges do Hezbollah do Iraque também adotaram apenas as ações militares sem divulgá-las e sempre voltadas contra as forças estrangeiras.

Apesar dos quatro grupos citados serem formados por militantes xiitas, havia também grupos sunitas envolvidas na luta armada. Nas batalhas do Najaf, os sunitas se envolveram ao lado dos simpatizantes da corrente de Al-Sadr. Por esta razão, os sunitas em Fallouja também tiveram reforços de militantes xiitas. Foram criados grupos como o Exército Islâmico formado por simpatizantes de Saddam Hussein, a facção Al-Hassaba, o grupo militar Al-Barrak , o grupo Ansar Al-Islam , salafista curdo e Ansar Al Sunna .

A grande diferença desses grupos com as facções sunitas da Al-Qaeda, como o grupo de Al-Zarquaui, está nos alvos das ações militares que não distinguiam as forças de ocupação norte-americanas e britânicas de um lado, das forças armadas iraquianas e da população civil de outro lado.

Com o fim oficial da ocupação militar dos Estados Unidos ao Iraque, grande parte das milícias devem se integrar às forças de segurança e ampliar as forças armadas iraquianas. Com exceção das Forças Aéreas e das Forças Navais ainda em formação, parece que não faltará pessoal bem treinado e experiente para o Exército do Iraque.

Assad Frangieh é editorialista do Al Marada