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Nirlando Beirão: Feiticeiras, vampiros e a nova bruxaria do Ibope

Em conjunto com a Rede Bandeirantes de Televisão, o Ibope tenta ressuscitar José Serra. A emissora divulgou, nas brumas natalinas, uma pesquisa eleitoral em que o ex-governador, ex-ministro, ex-prefeito, duas vezes ex-candidato à Presidência aparece à frente de todos os demais postulantes à Prefeitura de São Paulo.

Por Nirlando Beirão, em seu blog no R7

Serra teria 20% das intenções de votos, segundo o instituto do Sr. Carlos Augusto Montenegro (aquele que previu que Dilma Rousseff não tinha a menor chance de virar presidente da República).

Nem o Ibope nem a Band se interessaram em avaliar a rejeição dos candidatos.

O mais grave é que a pesquisa omite o nome do deputado Celso Russomano, do PRB – aquele mesmo que lidera em quatro das cinco projeções para a Prefeitura feitas por um instituto que não pode ser acusado de nenhuma parcialidade, o DataFolha.

Candidatíssimo, e líder na intenção de votos, Russomano sumiu, em ato de bruxaria explícita, da lista dos escolhidos do Ibope.

A, digamos, enquete deve ter sido comemorada pelo Departamento de Jornalismo da Band, ainda que a credibilidade dela seja igual a zero.

Serra é candidato a tudo desde o final da Primeira República e há sempre de ter um residual de renitentes apoios. Mas o que o Ibope e a Band fazem agora é tentar desajeitadamente retirar de Serra a estaca que o livro do Amaury Ribeiro Jr. – A Privataria Tucana – lhe cravou no peito.

PS: A propósito de bruxas, bruxarias e vampiros, este blog recomenda vivamente a leitura de The Witches (As Bruxas), do escritor inglês de origem noruguesa Roald Dahl.

Dahl foi um extraordinário autor de histórias infantis (A Fantástica Fábrica de Chocolates é um, entre muitos), assim como de arrepiantes contos de terror.

Tinha, portanto, algum trato com as bruxas e num dos capítulos do referido livro ela ensina: “Como reconhecer uma bruxa”.

É didático, claríssimo, e devia ser adotado em todas as campanhas políticas no Brasil por eleitores precavidos.

Estão lá os cacoetes mais evidentes das impenitentes agentes do mal: roupas pretas, perucas, carecas que coçam, sapatos largos que escondem pés medonhos – e por aí vai.

Identificar bruxas não é, a julgar pelo que escreve Roald Dahl, tarefa difícil.

Muito mais complicado será entender o poder com que certas criaturas do além conseguem enfeitiçar (atemorizar? chantagear?) os seres humanos mais vulneráveis – ou simplesmente cúmplices das mais perversas bruxarias.

É o que este blog se pergunta o tempo todo.