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Síria: entre observadores, violência e ofensiva midiática

Observadores árabes prosseguem com sua visita em cidades e povoados na Síria, incluindo hospitais e prisões, enquanto grupos armados insistem na violência terrorista e fizeram outras vítimas fatais, principalmente entre os civis.

Enquanto isso, os canais catariano e saudita Al-Jazeera e Al-Arabiya, imitados por outros ocidentais, não abandonam a ofensiva midiática contra a Síria que agora está centrada em desacreditar o trabalho dos inspetores da Liga Árabe.

Divididos em grupos, os observadores percorreram nesta sexta-feira os povos de Douma e Harasta, em Damasco Campo; voltaram ao bairro de Baba Amro na cidade de Homs, onde também estiveram nas comunidades de Bab Al-Sebaa, Wadi Al-Zahab e Karm Al-Zaitoun e nelas conversaram livremente com seus residentes, confirmam hoje meios nacionais.

Outra equipe passou o dia com moradores do distrito ocidental da cidade de Idleb, enquanto o grupo destinado a Hama completou sua visita a cidade central, onde visitou o Hospital Nacional local, conversou com alguns cidadãos feridos e também percorreu a Prisão Central de Hama e a Praça Al-Assis.

Também na sexta-feira (30), os observadores caminharam pelas ruas de Daraa, e falaram com os cidadãos. Imagens da televisão nacional mostram os observadores conversando abertamente com o povo.

Enquanto os enviados da Liga Árabe encontravam-se em Hama, um grupo terrorista assassinou a filha de um general retirado a sangue frio e feriu outros membros de sua família, informa a agência de notícias Sana.

A fonte relata que o ex-oficial Abdul-Jabbar Kahis regressava de automóvel para seu povoado, Taksis, em uma zona rural de Hama, quando foi interceptado na ponte Al-Tamneh. Os bandidos abriram fogo contra o veículo matando a jovem naquele instante.

Também ficaram feridos a esposa do general retirado, o general, seu filho e uma segunda filha que viajavam com ele. Foram hospitalizados no Hospital Nacional de Salamiya, alguns estão gravemente feridos.

Membros do esquadrão anti-bombas desativaram explosivos colocados por esses grupos próximo à mesquita de Abdul Rahman Bin Auf, em Hama, enquanto outros dois explodiram na comunidade de Al-Sabounieh, sem, porém, causar vítimas humanas.

Em frente à mesquita de Al-Rawda na cidade de Deir Ezzor (norte do país) foi detonado outro, igual ao do povoado de Al-Bab, no campo de Aleppo, sem maiores consequências.

Civis que ingressaram no Hospital Nacional de Homs por conta de ferimentos de balas disseram aos jornalistas estrangeiros que os grupos armados possuem armamentos sofisticados, rifles com miras telescópicas, e que é evidente que estão muito bem treinadas e recebem apoio de comunicação e coordenam taticamente suas ações.

Não são gente de povo que se alçaram em armas, senão indivíduos muito bem treinados e entre os quais há estrangeiros, afirmaram.

Ofensiva midiática

Enquanto isso, não cessa a ofensiva midiática: o canal Al-Jazeera difundiu que morreram 32 pessoas, enquanto milhares de manifestantes saíram às ruas por todo o país, mas por concentrações a favor do governo, de apoio à unidade nacional e de rejeição à intromissão estrangeira.

A correspondente em Beirute da Al-Jazeera, Dorsa Jabbari, assegurou que em Damasco as pessoas que protestavam chegaram ao centro da capital e foram reprimidas pela polícia com gás lacrimogênio. No entanto, autoridades afirmaram que qualquer meio estrangeiro nesta cidade pode facilmente desmentir tais falacias.

Inclusive, a repórter disse que na comunidade de Douma, próxima à Damasco, os moradores realizaram protestos, mas ali na sexta-feira estavam os observadores árabes e em nenhum momento constataram tais manifestações.

Na campanha anti-síria, os canais também dizem que os observadores árabes estão sendo controlados pelo Governo, sem o acesso necessário, mas seus responsáveis asseguram o contrário e agradecem o apoio que recebem das autoridades.

Damasco e muitas outras cidades e povoados foram palcos de multitudinárias manifestações ontem, mas de apoio ao presidente Bashar Al-Assad.

A denominada Equipe de Jovens Voluntários efetuou uma parada em frente à Direção Geral de Inteligência e ao Escritório de Segurança Estatal, alvos do duplo atentado mortal terrorista.

Ontem à noite, uma caravana de veículos com jovens com bandeiras sírias nas mãos e fotos de Al-Assad percorriam avenidas da capital, como ao longo da Avenida Mezzeh e ao redor da Praça Omeya. Também houve demonstrações pela unidade nacional e de agradecimento às forças sírias em Tartous, Aleppo e Lattakia.

Com Prensa Latina