ONG britânica revela número de vítimas em guerra do Iraque

De acordo com Iraq Body Count (IBC), o nível de violência apenas variou a partir de meados de 2009, contrariamente às tendências observadas nos dados publicados pelo Governo iraquiano.

Conforme as estatísticas da organização não governamental, cerca de 79 por cento das vítimas fatais são civis, enquanto entre as demais se incluem soldados dos Estados Unidos, das forças de segurança iraquianas e dos insurgentes.

Para chegar a tal conclusão, a IBC acrescentou aos 114 mil civis mortos no Iraque a quantidade de falecidos reconhecidos nos registros militares de Washington vazados pelo site alternativo Wikileaks, junto às baixas das forças de Bagdá e dos insurgentes, o que somou um total de cerca de 162 mil mortos.

O grupo militar mais afetado pela violência foi a polícia iraquiana, com 9.019 baixas, seguida pelas 4.474 dos Estados Unidos, enquanto Bagdá é a cidade mais perigosa do país, com a metade das mortes registradas, com uma média de mortalidade 2,5 vezes superior à média nacional.

A violência atingiu seu grau máximo no final de 2006 mas manteve-se em níveis altos até o segundo semestre de 2008, disse a IBC em um comunicado, ao sustentar também que quase 90 por cento das mortes ocorreram em 2009.

A cifra total da ONG difere gritantemente das publicadas pelo Governo iraquiano, o qual estima em apenas 2.645 as mortes por causa da violência em 2011, em comparação com o número da IBC de 4.059.

Os dados governamentais sustentam, diferentemente dos divulgados pela IBC, que os ataques diminuíram significativamente no ano passado a partir de 2010, quando 3.605 pessoas morreram, segundo Bagdá.

Nesse sentido, as cifras mensais do Governo, as quais não remontam a 2003, situam a quantidade de mortos desde 2007 em 34.485.

No entanto, em um tema tão polêmico como o número de falecidos devido ao conflito, outras fontes trabalham com dados que estimam entre 650 mil e mais de um milhão os mortos como consequência direta da invasão.

Em um país de 27 milhões de habitantes, tais cifras revelariam – de acordo com estas fontes – o extermínio de 2,5 por cento da população iraquiana.

Depois de quase nove anos de ocupação, as tropas dos Estados Unidos e da Otan retiraram-se do Iraque em dezembro do ano passado, mas Washington mantém na arruinada nação asiática cerca de 5.500 mercenários sob a fachada de agentes privados que prestam serviços em empresas de segurança.

Prensa Latina