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Governo espanhol demora para explicar arrocho

O presidente do governo direitista espanhol, Mariano Rajoy, comparecerá no próximo mês ao Congresso dos Deputados, com o fim de explicar suas impopulares medidas de ajuste para reduzir o déficit público.

Deparado com a insistência dos jornalistas, que questionaram o silêncio mantido por Rajoy depois de sua posse há duas semanas, sua vice-presidente, Soraya Sáenz de Santamaria, confirmou nesta sexta-feira (6) que ele aparecerá depois da reunião da cúpula europeia no próximo dia 30.

O lógico é que compareça após o encontro informal de líderes da União Europeia (UE), previsto para a data mencionada, para expor os cortes adotados pelo executivo e os acordos que se façam pelo bloco comunitário, opinou Sáenz de Santamaria.

Defendeu que o chefe de governo, do direitista Partido Popular (PP), vá à Câmara baixa depois do encontro da UE, porque, segundo seu critério, se trata de um conclave internacional "central e determinante para as finanças espanholas".

Sobre as decisões aprovadas nessa última reunião, a também porta-voz do Palácio da Moncloa (sede governamental) anunciou que se intensificará a luta contra a fraude fiscal e a economia informal para arrecadar uns oito bilhões de euros em 2012.

Sáenz de Santamaria adiantou, além disso, que o Ministério de Fazenda espanhol implantará um plano para limitar o uso do pagamento em numerário (à vista) em determinadas transações econômicas, similar ao que já têm países como França e Itália, ainda que não especificou limites de valores.

Também informou que o sistema de Segurança Social desta nação ibérica fechou 2011 com um déficit de 0,06 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), comparado ao superavit de 0,4 por cento previsto inicialmente pela anterior administração anterior, liderada pelo Partido Socialista Obrero Espanhol.

O PP já alertou que o déficit público da Espanha se situará em 2011 ao redor de oito por cento do PIB, em contraste com o seis por cento comprometido com a UE pelo ex-presidente do Executivo José Luis Rodríguez Zapatero.

A vice-presidente ratificou o caminho da austeridade nas despesas para avançar no objetivo de levar o déficit fiscal ao 4,4 por cento do PIB neste ano.

Em sua primeira tesourada, decretada no passado dia 30 de dezembro, Rajoy incluiu um corte orçamentário de quase nove bilhões de euros e aumento do imposto sobre a renda.

Também anunciou o congelamento por mais um ano dos salários dos funcionários públicos – que em 2010 o viram cortado em média uns cinco por cento – e a do salário mínimo interprofissional, fixado em 641 euros ao mês, um dos mais baixos da Europa.

Prensa Latina