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Governo espanhol admite que situação é difícil e pede calma

O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, evitou nesta terça-feira (21) pronunciar-se sobre as brutais ações policiais contra estudantes em Valência, palco de manifestações pelos recortes orçamentais no ensino público.

Interrogado em Londres sobre os violentos incidentes dos últimos dias em Madri, Rajoy fugiu das críticas feitas a sua administração pela desproporcional ação dos agentes anti-distúrbios face os protestos de jovens.

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Em coletiva de imprensa junto ao premiê britânico, David Cameron, o chefe do Executivo ibérico limitou-se a pedir sossego e calma a seus compatriotas, para não se repetir acontecimentos como os vividos nas ruas de Valência.

Depois de admitir que a situação na Espanha é difícil, como em outros países europeus submetidos a duras medidas de ajuste, o também líder do conservador Partido Popular (PP) convidou os cidadãos para fazer um esforço para estar à altura das circunstâncias.

Mesmo assim, assegurou que o Palácio da Moncloa (sede do poder central) adota decisões de forma justa e eqüitativa, e pôs de exemplo sua projetada reforma trabalhista, que no domingo (19) foi recusada nas ruas por centenas de milhares de pessoas.

É a hora do sossego e a responsabilidade e não podemos dar uma imagem fora que não é a do nosso país, indicou o governante, depois de seu ministro do Interior, Jorge Fernández, reconhecer que pôde ter algum excesso no desempenho do corpo armado.

Capital da comunidade autônoma do mesmo nome, Valência, distante uns 360 quilômetros de Madri, é foco desde a passada quarta-feira (15) de manifestações de alunos do Instituto de Educação Secundária Luís Vives.

Os jovens, convocados por redes sociais, protestam contra os recortes no ensino público decretados pelo governo regional, também encarnado pelo oficialista PP.

As autoridades da Comunidade Valenciana, uma das regiões mais endividadas da Espanha, anunciaram a princípios de ano um plano de austeridade que incluiu subidas de impostos e rebaixas nas partidas de previdência e educação por mais de um bilhão de euros.

Fonte: Prensa Latina