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A música segundo Tom Jobim. Precisa dizer mais?

Sem qualquer depoimento ou legenda, com uma hora e meia de canções, Nélson Pereira dos Santos editou o seu documentário "A música segundo Tom Jobim, que estreia nos cinemas no próximo dia 20. Santos disse que cortou todo o "blá-blá-blá" deliberadamente e, certamente, inspirado pelo próprio Jobim.

Por Christiane Marcondes*

É do maestro, compositor e cantor brasileiro a frase "a linguagem musical basta", que aparece ao final do filme, explicando o silêncio de todos os "coadjuvantes" da película, entre eles, astros internacionais, como Frank Sinatra, num dueto de "Garota de Ipanema".

O documentário sobre Jobim começou a ser feito em 2008 e desde o início o diretor dispôs-se a utilizar apenas música para recontar a vida do célebre Tom do Rio, de Nova Yorque, do mundo! Aliás, a internacionalidade do maestro e poeta explica também a opção:

"Queríamos ultrapassar a barreira da língua. Nada de pessoas falando português com legendas. Ou o filme não seria exibido nem no Uruguai", justifica. "Um filme documentário do Tom Jobim não poderia ficar restrito ao Brasil."

Chico se calou

O roteiro inicial, feito por Nelson em parceria com a cantora Miúcha, até previa algumas poucas falas. "Inicialmente, haveria apenas uma pequena introdução, feita pelo Chico Buarque", explica o diretor. "Mas, no final, cortamos a introdução. Ele inclusive ficou feliz por não precisar falar."

Chico aparece no filme cantando. Assim como Gal Costa, Elis Regina, Nara Leão, Maysa, Adriana Calcanhotto e Fernanda Takai. E também nomes de fora do Brasil: Frank Sinatra, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughn, Oscar Peterson, Dizzy Gillespie e até Judy Garland.

"Descobrimos a Judy Garland meio por acaso", conta Dora Jobim, neta de Tom e co-diretora do documentário. "Estava procurando material no YouTube e o vídeo dela cantando a versão em inglês de 'Insensatez' pintou na centésima página de pesquisa", lembra.

*com agências