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Chefe de observadores árabes na Síria rebate ataque midiático

O general sudanês Mohammad al-Dabi, chefe dos observadores árabes na Síria, desmentiu declarações hostis ao governo de Damasco feitas por um membro do grupo a um canal via satélite, que depois abandonou a equipe.

Em uma declaração à imprensa, que circula nesta sexta (13), al-Dabi assegura que o que foi dito pelo argelino Anwar Malek à Al-Jazeera é completamente falso, e lhe acusou de cometer perjúrio.

Desde que foi integrado à equipe observadora em Homs -relata o general sudanês- Malek não saiu de seu hotel durante uma semana, e não participou de nenhuma das visitas de campo realizadas por seus homólogos em localidades dessa província, com o pretexto de que se encontrava doente.

Já desde a última semana, a emissora de televisão al-Jazeera começou a utilizar Malek em sua propaganda anti-síria. O primeiro que foi dito foi que as autoridades haviam lhe roubado e depois bloqueado o celular, o que o próprio inspetor teve que negar.

A missão observadora na Síria encontra-se sob fortes pressões para que seus relatórios não se oponham ou, ao menos, não se distanciem do roteiro traçado pelos centros de poder do Ocidente e seus aliados árabes na campanha anti-síria.

Al-Dabi explicou que em um dia dantes de sair de Damasco, Malek solicitou que lhe permitissem viajar a Paris para se submeter a um tratamento e que aceitou seu pedido; no entanto, viajou antes de que se adotassem as medidas requeridas para a viagem e sem cumprir o que lhe foi confiado para que participasse na missão a Homs.

O general sudanês ressalta em seu comunicado que Malek cometeu perjúrio e é responsável pelo que disse, o que não corresponde com a postura, nem com a visão, que têm seus colegas que trabalham em Homs, nem da chefia da equipe observadora.

Segundo a Al-Jazeera, Malek já em Paris expressou que esta missão é uma farsa, que beneficia o governo sírio e que as autoridades a manipulam e não cooperam nem brindam facilidades para o trabalho, o que está em sintonia com a retórica dos adversários de Damasco.

Al-Dabi reitera seu chamado a todos os meios a investigar com exatidão antes de emitir julgamentos e difundir reportagens, e aderir à realidade e serem objetivos.

Por outro lado, o chefe do Escritório de Operações da Missão Observadora, Adnan al-Khudhir confirmou que os observadores prosseguem seu trabalho sem dificuldade nas áreas atribuídas, e que continuarão seu trabalho até o dia 19 de dezembro, tal como se acordou no protocolo assinado entre o governo sírio e a Liga Árabe (LA).

Em uma declaração em sua sede no Cairo, Egito, al-Khudhir indicou que um grupo de países árabes e organizações civis da região pediram para se somarem à missão na Síria, mas que não receberem solicitação de mais pessoal por parte do geral Mohammad al-Dabi, chefe da mesma.

Recordou que o número de inspetores sobre o terreno é agora de 161, e que está pronto outro grupo para viajar assim que for solicitado, ao mesmo tempo em que desmentiu que a ONU estivesse assessorando ou adestrando novos observadores para serem enviados à Síria.

Al-Khudhir desmentiu a retirada de inspetores, e afirmou que um membro argelino da missão pediu para abandoná-la por razões de saúde, bem como outro sudanês, por motivos pessoais.

Sobre o trabalho destes monitores, o funcionário afirmou que deve ser coordenado com o governo sírio, conforme o protocolo assinado para escolher as áreas a visitar, e acrescentou que as autoridades expressaram seu compromisso com a proteção dos observadores.

O trabalho de proteção, no entanto, é uma tarefa muito complexa e difícil, como demonstrou o ataque com granadas propulsadas à distância por um grupo armado contra uma delegação de jornalistas estrangeiros que visitava o bairro Ekrima da cidade de Homs na última quarta-feira.

O ataque terrorista, apesar da proteção que tinham, resultou na morte do jornalista francês Gilles Jacquier e de oito cidadãos sírios. Mais 25 outras pessoas ficaram feridas, entre elas três membros do grupo de imprensa, incluindo dois repórteres belgas, um deles em estado muito crítico.

Esses grupos armados, dos quais participam um grande número de mercenários recrutados entre organizações islâmicas extremistas em países da região, têm muito bom treinamento e instrução, além de se apoiarem em comunicação de inteligência, assinalam especialistas nessa matéria.

O chanceler de Argélia, Mourad Medelci, afirmou no dia anteriror que o governo sírio tem dado passos para dissipar a crise, mas a Liga Árabe enfrenta problemas com os grupos armados que operam no país.

Em uma coletiva de imprensa na ONU, Medelci relatou que Damasco cumpriu com o que lhe foi pedido, retirando as forças armadas das zonas que enfrentam problemas com a violência terrorista, soltando milhares de presos e propiciando uma abertura à imprensa.

Fonte: Prensa Latina