Contra juros altos, trabalhadores ocupam a Paulista

Na manhã desta quarta-feira (18), em frente a sede paulista do Banco Central, centrais sindicais e movimentos sociais se uniram em protesto pela queda dos juros praticados no país. O movimento visa pressionar o Conselho de Política Monetária, que divulgará a nova taxa Selic ainda hoje.

Manifestação na Paulista

A Av. Paulista nº 1804, endereço do Banco Central do Brasil, em São Paulo, foi palco, na manhã de hoje, de um ato contra a alta taxa de juros organizado pelas centrais sindicais e apoiado pela UNE. O protesto ocorreu ao mesmo tempo em que o Comitê de Política Monetária (Copom) realizava o segundo dia da sua primeira reunião do ano para definir a taxa Selic.

Cerca de 500 manifestantes participaram da manifestação em São Paulo, mesmo número do protesto no Rio de Janeiro. Em ambas as manifestações estiveram presentes as centrais sindicais CTB, CUT, Força Sindical, NCST, CGTB e UGT, e também membros da União Sindical dos Trabalhadores (UST).

Em sua fala, Paulinho, presidente da Força Sindical, alertou para a importância dessa luta. De acordo com ele, o modelo de política econômica adotado pelo governo Brasileiro está importando a crise mundial para o país. “Essa é uma batalha que, ou nós ganhamos, ou vamos ter problemas sérios”, afirmou.

A redução da taxa de juros é uma das principais bandeiras de luta do movimento estudantil nacional. Em 2011, a UNE organizou uma grande marcha em Brasília, da qual participaram 12 mil estudantes de todo o país. Na ocasião, os estudantes realizaram um primeiro ato simbólico pela redução da taxa de juros, e lavaram com água e sabão a rampa da entrada do prédio do BC. O ato foi vitorioso no dia seguinte, com o anúncio da primeira redução da taxa Selic, quando o Copom cortou 0,5 ponto porcentual. Em outubro houve novo corte de 0,5 ponto percentual.

Aplaudido pelos trabalhadores, o presidente da UNE, Daniel Iliescu, presente na manifestação de hoje, ressaltou a importância de pressionar o governo por mudanças na política de juros do país: “É hora de inverter as prioridades no Brasil. Não é possível que o governo continue a destinar quantia próxima a 50% do PIB para pagar a dívida pública. Para superarmos a crise, é preciso investir no desenvolvimento e na educação”.

A expectativa é de que 2012 não seja diferente. “Desde agosto do ano passado nós estamos nos mobilizado por essa causa e 2012 será mais um ano de muita luta”, afirmou a diretora da UNE, Luiza Lafetá, também presente na manifestação. “Exigimos mudanças no país e estamos empenhados em fazer grandes mobilizações de rua, também em Brasília”, disse Paulinho da força. “Queremos que o governo acelere o ritmo de redução de juros do país”, finalizou Iliescu.

Por Camila Hungria, do site www.une.org.br

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