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UE impõe embargo petroleiro e sanções financeiras contra o Irã 

Os países da União Europeia (UE) decidiram nesta segunda-feira (23) impor um embargo petroleiro gradual ao Irã e sancionar o Banco Central iraniano com o objetivo de frear o financiamento de seu programa nuclear, indicou à AFP uma fonte diplomática.

"Chegou-se a um acordo para impor um embargo petroleiro ao Irã" em uma reunião de embaixadores dos países da UE em Bruxelas, disse a fonte. "O acordo será adotado formalmente nesta segunda-feira em uma reunião de ministros das Relações Exteriores", acrescentou à AFP.

O texto do acordo proíbe imediatamente os países europeus de estabelecerem com o Irã novos contratos no setor petroleiro. O acordo também prevê uma fase de transição para a anulação dos contratos existentes, que entrará em vigor no dia 1º de julho, apesar da reticência da Grécia, um país muito dependente do petróleo iraniano que pedia que o prazo fosse de um ano.
Os outros dois países europeus que serão afetados pelo embargo são Espanha e Itália, que até agora tinham o Irã como um de seus principais fornecedores de petróleo.

Prevê-se que outros países produtores do Golfo tomem o lugar do Irã no abastecimento dos países europeus. O Irã vende cerca de 20% de seu petróleo aos países da União Europeia.
As exportações iranianas de petróleo estão orientadas, sobretudo, em direção à Ásia. Estados Unidos e UE tentam convencer os países asiáticos, e, em particular, a Índia, a reduzirem suas importações de petróleo iraniano.

As sanções contra o Banco Central iraniano serão utilizadas para congelar seus bens na Europa e realizar uma proibição parcial das transações com este instituto monetário, indicou a fonte.

Nas últimas semanas, o Irã vinha ameaçado com represálias a Europa se o bloco procedesse com o embargo, entre estas o fechamento do Estreito de Ormuz para os petroleiros, por onde transita uma parte fundamental do petróleo mundial.

Nesta segunda-feira (23), o ministro das Relações Exteriores sueco, Carl Bildt, garantiu que a opção seria "profundamente contraproducente" e prejudicaria mais o próprio Irã do que a União Europeia.

A chefe da diplomacia comunitária, Catherine Ashton, ressaltou que a intenção é que assim o Irã "leve a sério" os pedidos de voltar à mesa de negociações.

"Acho que poucos acreditam que as sanções por si só sejam uma solução, são parte da resposta. (…) O instrumento mais importante é o diplomacia", explicou Bildt.

Fonte: Terra