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2022: O ano da Educação plena

Apesar de o Brasil ter obtido melhores resultados no acesso à educação em 2010, ainda é grande a parcela dos excluídos: 3,8 milhões de jovens e crianças. "São aqueles que estão no campo, em favelas, em bairros muito pobres ou evadidos", afirma Priscila Cruz, diretora executiva do Movimento Todos pela Educação.

O Todos Pela Educação é um movimento financiado exclusivamente pela iniciativa privada, que congrega sociedade civil organizada, educadores e gestores públicos que tem como objetivo contribuir para que o Brasil garanta a todas as crianças e jovens o direito à Educação Básica de qualidade.

Criado em setembro de 2006, o grupo  tem a proposta de trabalhar para que sejam garantidas as condições de acesso, alfabetização e sucesso escolar, além de lutar pela ampliação e boa gestão dos recursos públicos investidos na Educação.

O Todos Pela Educação elegeu 2022, ano em que se comemora o bicentenário da Independência do Brasil, como data limite para o cumprimento de cinco metas monitoradas a partir da coleta sistemática de dados e da análise de séries históricas dos indicadores educacionais. Elas servem como referência e incentivo para que a sociedade acompanhe e cobre a oferta de educação de qualidade para todos. São elas:

– Meta 1: Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola;
– Meta 2: Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos;
– Meta 3: Todo aluno com conhecimento adequado à sua série;
– Meta 4: Todo jovem com ensino médio concluído até os 19 anos,
– Meta 5: Investimento em educação ampliado e bem gerido.

Priscila alertou para o risco de as cinco metas não serem atingidas. A primeira delas é chegar a 98% dos alunos matriculados, em 2022. "A gente tem um risco muito grande de essas metas não serem atingidas caso não haja uma política estruturante para o setor muito forte em nível nacional e, principalmente, nos estados e municípios, que são os responsáveis pela educação básica", advertiu Priscila.

Na avaliação dela, no tocante à segunda meta – obter índice pleno de alfabetização das crianças com até 8 anos – o resultado "está aquém do esperado". No ano passado, apenas metade das crianças tinha conseguido o aprendizado mínimo em língua portuguesa e 40%, em matemática. Priscila afirmou que a deficiência acaba desaguando no ensino médio, onde apenas metade dos alunos que entram consegue concluir a etapa. Desse total, só 11% atingem o nível adequado de conhecimentos em matemática.

Para reduzir o atraso na aprendizagem dos alunos, é necessário "melhorar a qualidade do ensino e ter políticas de recuperação", defende Tufi Machado Soares, professor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Para ele, fazer o aluno repetir um ano escolar deve ser uma prática adotada em último caso. Ele defende ainda a padronização dos critérios de reprovação na rede.