Inácio Arruda quer mais desenvolvimento e juros menores

O Brasil não pode perder espaço na área de produção industrial no mercado mundial. Foi o que expressou o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) em pronunciamento dia 8, quarta-feira, na tribuna da Casa. “Temos que aperfeiçoar os mecanismos internos do nosso País para que consigamos desatar o nó que faz com que o Brasil seja superavitário com toda a América do Sul e a China e seja deficitário com os Estados Unidos da América, que está em decadência”, disse.

O parlamentar cearense se referiu à viagem que a presidenta Dilma Roussef está fazendo ao Nordeste brasileiro, “precisamente Pernambuco e Ceará, tratando da construção do canal do São Francisco, tratando da construção da Transnordestina, que são investimentos de grande porte que envolvem o Governo e o setor privado brasileiro. Mas temos um problema de atraso nessas obras. A presidenta disse que temos que pisar no acelerador. Para isso, precisamos examinar quais são os entraves que impedem que uma ferrovia que liga parte significativa do Nordeste brasileiro possa andar em passos mais largos”.

Lembrando que foi construída, por iniciativa do presidente Lula, em Salgueiro, “a maior fábrica de dormentes do mundo”, o senador indicou, porém, que, “enquanto exportamos o ferro gusa para a China, Singapura, Japão e Coréia, importamos os trilhos. A tecnologia de trilho, em última instância, é ter escala de produção. E se o Brasil renovar sua malha ferroviária, terá grande escala. E aí o nosso produtor, a nossa empresa, a nossa indústria não podem furtar-se, têm que ter ousadia”.

Na opinião de Inácio, o Brasil tem condições de ter preços mais competitivos, e denunciou: “O que é caro aqui, o que é um escândalo, o que é um crime, é este tipo de assalto permanente, de 24 horas – as nossas taxas de juros. As quedas que vêm acontecendo são pequenas, mas são louváveis, porque é louvável qualquer iniciativa para reduzir essa ganância monumental que nos levou a pagar agora, dia 31 de dezembro, 236 bilhões – isso foi o que pagamos só de juros!”

O representante do Ceará considera que o país conseguiu “retomar o crescimento, mas estamos mantendo ainda os mecanismos da velha política ortodoxa neoliberal, que nós precisamos superar para poder pisar no acelerador, para poder romper abismos que ainda nos atormentam”.

Falando dos desafios da capital cearense, Inácio destacou a necessidade de “chegar a 100% de esgotamento sanitário na cidade de Fortaleza, precisamos de esgoto com tratamento na cidade. Como é que eu falo em meio ambiente se eu não trato os esgotos da minha cidade? Não conseguimos dar esse passo. Por quê? Porque nos sangram anualmente com bagatelas de juros dessa ordem: 236 bilhões de juros nós pagamos”.

O senador defende que o Brasil tenha “um planejamento permanente, estratégico, nacional, e aplique esse plano de forma ousada, permanentemente. Precisamos chegar também na política macroeconômica, tratar destes problemas cruciais: juros, que estão em queda e devem cair mais. Considero que nós temos que reforçar a mobilização social para uma pressão nacional no rumo do desenvolvimento. Porque é com essa mobilização que a gente respalda politicamente a nossa presidente, para que ela possa adotar uma política de mudanças na área macroeconômica, sistemática, permanente, com o equilíbrio necessário, mas com a ousadia”.

Inácio enfatizou: “Estou discutindo o tema olhando para a nossa região, para o Nordeste, para o esforço extraordinário que nós estamos fazendo ali e que, muitas vezes, é estancado por essa política macroeconômica que nos impede de dar a velocidade necessária na construção das ferrovias, hidrovias, da ligação do Canal do São Francisco”. Ele finalizou o pronunciamento manifestando confiança na presidenta Dilma no enfrentamento desses desafios.

Íntegra do pronunciamento

Fonte: Assessoria do Senador Inácio Arruda (PCdoB-CE)