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Índia e União Europeia iniciam cúpula que revisará relações

A Índia e a União Europeia (UE) deram início nesta sexta-feira (10) em Nova Delhi à sua 12ª cúpula, com o objetivo de revisar todo o espectro da relação estratégica bilateral.

O premiê Manmohan Singh dirige a delegação indiana, enquanto seus principais interlocutores pela UE são Herman Van Rompuy e José Manuel Barroso, presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia, respectivamente.

As partes discutirão diversos temas regionais e multilaterais de interesse comum e assinarão vários acordos bilaterais.

Mas com toda certeza ficará omitido o desejo de assinar um tratado de livre comércio, pois as negociações a respeito estão bloqueadas há mais de cinco anos devido a diferenças como as barreiras alfandegárias e a proposta da UE de vincular produção e comércio com meio ambiente.

Nova Delhi mantém-se contrária a reduzir os impostos aos automóveis, vinhos, licores e outros bens europeus por considerar que qualquer decisão em tal sentido prejudicará os fabricantes nacionais.

Além disso, a abrir os setores financeiros e de seguros, serviços postais, jurídicos, contábeis, marítimos e o comércio varesta.

Em previsão de que sejam feitas concessões neste e outros terrenos, o Partido Comunista da Índia-Marxista (PCI-M) chamou o governo a não negociar o TLC sem discutir os termos com as partes interessadas no país.

"As concessões que o governo outorgar em cada uma destas áreas pode ter um efeito profundo e contínuo no sustento de um número muito grande de pessoas", alertou o PCI-M.

Outra sombra que paira sobre a cúpula é a persistência da Índia em comprar petróleo iraniano, a despeito do embargo petroleiro decidido pelos Estados Unidos e a União Europeia.

Ontem, Van Rompuy revelou a um jornal local que aproveitará a realização do fórum para pedir à Índia que convença o país persa de abandonar seu programa nuclear.

"Vou pedir aos líderes indianos que se valham de sua considerável influência sobre o Irã e nos ajudem a convencer os dirigentes iranianos a renunciarem a seu conflitivo programa nuclear e voltem à mesa de negociações", disse o presidente do Conselho Europeu.

Esta será a primeira cúpula com sede na Índia depois da aplicação do Tratado de Lisboa, que em dezembro de 2007 substituiu a Constituição para a Europa, após a fracassada tentativa de 2004, e dotou a UE de personalidade jurídica própria para assinar acordos internacionais a nível comunitário.

Fonte: Prensa Latina