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Agnelo contesta motivação de PMs e bombeiros em estado de greve

Os cerca de 15 mil policiais militares e bombeiros na ativa, do Distrito Federal (DF), entraram em estado de greve e iniciaram uma operação-padrão a partir desta quinta-feira (16). A decisão foi votada na noite de ontem, em assembleia na Praça do Relógio, em Brasília. A categoria que apoiou a eleição do governador Agnelo Queiroz (PT) cobra promessas feitas durante a campanha. Agnelo declarou que se trata de um movimento político, para desestabilizar o governo, incentivado pela oposição.

“A decisão foi por conta da inércia do governo em abrir um canal de negociação com os policiais e bombeiros. É provável que na próxima assembleia os trabalhadores votem pela greve”, afirmou João de Deus Silva Carvalho, presidente da da Associação dos Praças Policiais Militares do DF (Aspra-DF).

Desde a manhã de hoje, os policiais adotaram uma operação-padrão, que exige a presença da Polícia Civil no local de cada ocorrência criminal e fazer o deslocamento da viatura policial dentro da velocidade permitida pela via independentemente da urgência do chamado e a suspensão das autuações de trânsito feitas por PMs, entre outras medidas.

João de Deus lembrou que Agnelo se comprometeu com 13 pontos descritos em uma carta assinada por ele. Entre eles, a unificação salarial com polícia civil, que ganha mais; reestruturação da carreira; e reajuste do auxílio-alimentação.

Segundo o dirigente sindical, cerca de oito mil profissionais e familiares estiveram presentes na assembleia de ontem. A próxima está marcada para o dia 2 de março. Os trabalhadores reivindicam 52% de aumento para poder chegar ao patamar da Civil, que é de R$ 8 mil. Atualmente, o soldo no DF é de R$ 622, valor que sobe com as remunerações para R$ 3.900, o mais alto valor pago no país para a categoria.

Por meio de sua assessoria, o governo do Distrito Federal (GDF) argumenta que já conversou com a categoria e disse que não está se negando a cumpri-las. Para o GDF, cobrar as promessas no início do mandato demonstra o viés político. Para este ano, não há previsão orçamentária para reajustar salários do funcionalismo público do GDF.

De São Paulo
Deborah Moreira