Lenine e Pedro Luís promovem noite memorável no Marco Zero

Sem dúvidas, o show de maior destaque na 2ª noite/madrugada do Carnaval do Recife, no Marco Zero.

O pernambucano Lenine subiu ao palco por volta das 2h20 (com uma hora de atraso) e logo foi apresentando toda a trupe de músicos – três guitarristas, dois baixistas, três percussionistas e um responsável pela mesa eletrônica. O cantor abriu o show com "Chão", e, em seguida, convidou Pedro Luís, que já chegou tirando o público do sério com "A banda do Zé Pretinho", de Jorge Ben Jor. O encontro de velhos amigos agradou, e muito, os foliões mais resistentes, que beirando às 4h30 não deixaram de curtir a apresentação por completo.

"Durante todos esses anos, sempre trouxe muitos amigos aqui. Hoje não vai ser diferente, vamos chamar uma turma boa", disse Lenine. Já Pedro Luís deu continuidade aos trabalhos puxando uma de suas músicas mais aguardadas, "Quebra-quilos". O primeiro sucesso de Lenine, na noite, foi "Aquilo que dá no coração". Sim, exatamente aquela cujo refrão é "Avassalador, chega sem avisar, toma de assalto, atropela, vela de incendiar". Esse foi o momento em que o público mergulhou de cabeça, corpo e alma no contexto. A partir daí foi só alegria.

Uma overdose de hits como "Jack soul brasileiro" e o "Canto da ema" incendiou o Marco Zero. Baixando um pouco o fogo, em alguns minutos de samba, Pedro Luís embalou casais com a "Nave louca". Enquanto isso, um susto: a produção do polo soltou, na boa intenção, fogos para empolgar o pessoal, mas, quase ocorria um acidente. Faíscas (muitas) caíram em cima do público e sobre o palco, deixando alguns amedrontados. Porém, nada acabou com a animação dos presentes, que continuaram apreciando a performance do carioca em "Santo samba" e "Crise" – essa última faz parte do novo CD.

Sempre intercalando, Lenine também investiu em canções recém-produzidas, como a romântica "Se não for amor, eu cegue". Apesar de pouco conhecida pela maioria, os fãs de carteirinha cantarolavam toda a letra. Não ficando de fora, o centenário do rei do baião Luiz Gonzaga foi lembrado em versões de "Olha para o céu" e "Pagode russo". Sequenciando a "session", o agito ficou pesado com "O homem dos olhos de raio x", do pernambucano. Houve uns probleminhas técnicos com o som, mas logo foi solucionado. "Essas coisas acontecem, viu?", explicou-se Lenine. Por enquanto, os percussionistas descontraíam o ambiente com batucadas.

E como na capital do mangue o segredo é misturar, o coco ritmado apareceu em "Fazer o quê?", de Pedro Luís, acompanhado por palmas e passinhos do público. Logo após, a capoeira entrou na brincadeira, durante "Seres Tupi". Tocando o coração das moiçolas, Pedro Luís disse "a próxima vai para todas as mulheres do Marco Zero". Era chegada a vez da canção "Menina bonita", com direito a finos gritinhos.

Voltando aos hits do sucesso, a dupla engatou o samba "Mas que Nada", resultando em um coro de vozes: "Ô, ô, ô, ô, ô, ariá, raiô. Obá, obá, obá". Depois foi a vez do "Rap do real", de Pedro Luís, cujo refrão também contagiou: "Um real aí é um real, um real aí é um real, aí é um real". Uma das músicas que mais levantaram o público foi "Hoje eu quero sair só", com o trecho "A lua me chama eu tenho que ir para a rua (Tchau!)". Também no repertório, "Do It", de Lenine, e "Caio no suingue", de Pedro Luís.

Extasiados, todos pularam ao som de "Leão do Norte", com direito a chuva de confetes coloridos. "A Ponte", uma das queridinhas, colocou todo mundo para cima. "Valeu Recife, foi muito bom estar com vocês", despediu-se Lenine, dando a entender que o show estava se encerrando. Todos saíram do palco e, como de praxe, o "mais um, mais um" rolou, sendo que foi "Alzira, Alzira, Alzira!". O grupo voltou e satisfez a vontade do povo, quase afundando o Marco Zero entre trechos do "Alzira ô, Alzira ôôô". Longo, o show chegou ao fim, de fato, por volta das 4h15 deste domingo (19), superando expectativas.

Fonte NE 10