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Argentina: governo investiga descarrilamento de trem

O trem que descarrilou nesta quarta-feira (22) ao entrar em uma estação em Buenos Aires estava em velocidade normal, mas não conseguiu parar. A informação, obtida por meio do sistema de GPS instalado na composição, foi confirmada pelo governo argentino, que investiga as causas do acidente. Até o momento, pelo menos 49 pessoas morreram e outros 600 passageiros ficaram feridos.

“A mil metros de onde aconteceu o acidente, à altura da cabine de controle, [o trem] passou de 47 quilômetros por hora para 39 quilômetros [por hora]. A 300 metros do sistema de amortecimento, estava a 37 e entra na ponta da plataforma a 26 km por hora. Eram velocidades habituais. Não sabemos o que aconteceu nos últimos 40 metros”, disse o secretário de Transportes, Juan Pablo Schiavi.

De acordo com o relato de sobreviventes, a composição teria tido problema nos freios, que após não funcionarem, teriam causado uma brecada brusca. Na sequência, o trem descarrilou e se chocou contra a plataforma. O trem teria passado por uma vistoria no dia anterior, segundo o delegado responsável pelo caso.

Segundo o secretário, o maquinista da composição, que está internado em um centro de terapia intensiva, “era jovem e estava descansado”.

Entre os registros que serão utilizados nas investigações, segundo ele, estão as marcações do GPS do trem, as gravações de vídeo feitas por câmeras dispostas nas plataformas da estação e no interior da cabine, e as de áudios de diálogos gravados entre o maquinista e o encarregado da estação onde o acidente aconteceu.

Sobre a grande quantidade de mortos e feridos – a maioria dos quais viajava nos dois primeiros vagões, que foram os mais afetados pelo acidente, Schiavi explicou: “Os argentinos têm uma cultura de viajar no começo do trem, para chegar antes, não ter que esperar e enfrentar filas. Então os dois primeiros vagões estavam abarrotados [de gente]”.

Estrutura

O dirigente sindical Ruben Sobrero, por sua vez, afirmou que há muito tempo os ferroviários denunciam a má condição em que se encontram os trens administrados por diferentes empresas.

Ele não conseguiu realizar uma entrevista coletiva no local do acidente. Cercado por jornalistas argentinos, o sindicalista foi alvo de insultos de familiares de vítimas e teve que sair escoltado pela polícia.

Fonte: Opera Mundi