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Via Campesina faz apelo para combater pobreza na América Central

A Via Campesina na América Central, que reúne trabalhadores rurais dessa região, divulgou nota abordando a fome e a pobreza no campo, ressaltando a importância da formação de uma aliança para combatê-las. Nesta semana, movimentos rurais brasileiros também se manifestaram, em um manifesto em defesa da reforma agrária. Confira abaixo a nota da Via Campesina.

A Via Campesina da América Central,integrada por sem-terras, pequenos agricultores, mulheres rurais, jovens e povos indígenas no Panamá, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua, comunicam à opinião pública nicaraguense, toda a região Central e comunidade internacional:

A América Central está passando por uma situação dramática na área rural que se expressa por uma grande exclusão de alimentos, déficit nutricional e social dos setores mais vulneráveis da sociedade.


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De acordo com o Escritório Regional da Organização das Nações Unidas para a Agricultra e Alimentação (FAO), baseado principalmente em pesquisas da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) afirma o seguinte:

1. Na América Central há ainda uma população majoritária de 58% em áreas rurais e 42% é área urbana.

2. Em nível geral da região, estima-se que 51% da população está em situação de pobreza e 27% em extrema pobreza.

3. Nas áreas rurais a situação é mais alarmante, segundo o documento Centro América en Cifras, publicado en dezembro de 2011, pela FAO e o Programa Regional de Segurança Alimentar para a América Central (PRESANCA), o nível de pobreza atinge 40%.
4. Países com maior desnutrição e acesso a alimentos de qualidade e quantidade são Honduras, Guatemala e Nicarágua e, dentre esses países, o que projeta maior desigualdade social é Honduras.

Ficou suficientemente demonstrado que as pessoas que sofrem de pobreza, desnutrição e falta de atenção são os camponeses, mulheres e jovens e os povos indígenas da área rural da América Central.

La Via Campesina Central considera que é urgente atacar as causas desta grave situação, através da implementação de políticas públicas para garantir o direito à terra e aos recursos naturais de forma equitativa.

Por isso, apelamos para a formação de uma aliança regional contra a fome ea pobreza na região, composta por homens, mulheres e jovens rurais, governos regionais, organizações não-governamentais de cooperação, organizações internacionais como a FAO, o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e União Europeia, entre outros.

O campo não aguenta mais, todos contra a fome

Manágua, Nicarágua, 27 de fevereiro de 2012

Fonte: Via Campesina