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Correa defende mudanças culturais para desenvolver AL

O presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou que são necessárias mudanças culturais na região para atingir uma fase superior do desenvolvimento e deixar para trás os resíduos que retardam seu avanço.

Ao receber o título Honoris Causa da Universidade Particular de Chiclayo, no Peru, o mandatário afirmou que o desenvolvimento não é só ter talento humano, científico ou tecnológico, mas um projeto nacional e uma adequada institucionalidade a favor das maiorias.

Na conferência magistral perante um auditório de jovens universitários, Correa indicou que no continente existem culturas portadoras de valores que conspiram contra os projetos sociais em progresso, como eludir responsabilidades ou culpar terceiros.

No entanto, indicou que, para mudar as inequidades é preciso transformar as relações de poder e entrar em processos políticos "para servir e não para servir-se, porque uma das causas pela qual a América não se desenvolve é porque tem estado em mãos de minorias burguesas".

Ele expôs que essas minorias "não distribuem para o bem comum os frutos do progresso, pelo contrário, buscam se beneficiar e se diferenciar, e é assim que se apoderaram, por exemplo, de escolas cada vez mais excludentes e, inclusive, do Estado, através de seus poderes eclesiásticos, econômicos e noticiosos".

Por isso, segundo Correa, é necessário captar o poder, que não é o mesmo que ganhar as eleições, para transformar esses Estados burgueses em populares, que representem as grandes maiorias e os mais pobres dos países da região.

Explicou que captar o poder é parte de uma luta diária e se referiu ao processo iniciado por ele contra o diário El Universo pela publicação de um artigo com ofensas contra sua pessoa, ao acusá-lo de mandar disparar contra um hospital de civis durante a tentativa de golpe em 30 de setembro de 2010.

Para Correa, em seu país, os meios estão nas mãos de cinco famílias que controlam a informação e tentam impor sua agenda política segundo seus interesses. "Enfrentar essas minorias é uma luta que custa, mas é preciso levá-la a cabo para mudar as inequidades estruturais do poder".

"O poder é para servir não para se servir e por isso estamos aqui", enfatizou, depois de assinalar que esses poderes fáticos sem legitimidade democrática alguma querem seguir dominando os países da América Latina.

Mas, concluiu, é preciso que sejam as grandes maiorias que mandem e não elites que, com dinheiro, compraram uma imprensa ou meios de comunicação para se converterem em grandes eleitores, juízes e inclusive legisladores.

Para Correa, "a comunicação social é um bem público que, mal exercido, pode destruir uma sociedade e conduzir à imobilidade e ao subdesenvolvimento".

Fonte: Prensa Latina