Índia anuncia que continuará a comprar petróleo iraniano
O governo da Índia reiterou nesta quinta-feira (1º/3) que continuará importando petróleo iraniano para cobrir suas necessidades internas e só observará as sanções impostas pelas Nações Unidas ao Estado persa.
Publicado 01/03/2012 17:46
"Mantemos uma relação cordial com o Irã e continuaremos importando seu petróleo", confirmou o ministro indiano do setor, Jaipal Reddi.
Nova Déli considera que, diferentemente das medidas aprovadas contra Teerã no seio da ONU, as impostas pelos Estados Unidos e a União Europeia são unilaterais, por isso não violaria nenhuma norma internacional se comprar petróleo sob determinadas condições ou fomentar o comércio bilateral.
Analistas locais estimaram que ao apontar nesta quinta-feira que seu país "respeita unicamente as sanções impostas pelas Nações Unidas", Reddi respondeu indiretamente à secretária de Estado, Hillary Clinton.
Ontem, a chefe da diplomacia estadunidense declarou que Washington persuadiria países como a Índia, China e Turquia para que reduzissem sua dependência do petróleo iraniano.
Os Estados Unidos e a União Europeia reforçaram o embargo petroleiro com a intenção de estrangular a economia iraniana e forçar o país a abandonar seu programa de energia nuclear, alegando que ele persegue fins militares, apesar de observadores internacionais não terem encontrado provas de tal presunção.
Relutante a somar-se a essa campanha, a Índia anunciou no início de fevereiro que pagará 45% das importações de petróleo iraniano em rúpias (montante que representa até 80% de seu consumo), um sistema que pretende evadir as sanções estadunidenses sobre o assunto.
A fim de pagar os 55% restantes, uma delegação comercial indiana viajará na segunda dezena deste mês ao Irã para aumentar suas exportações a esse país e convir um tipo de mecanismo de troca ou compensação.
Adicionalmente, maneja-se a possibilidade de realizar investimentos indianos em projetos iranianos relacionados à indústria petroleira, à mineração e à construção de estradas e ferrovias.
Fonte: Prensa Latina