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Obama se deixa "pisotear" pela China, diz Romney

O pré-candidato republicano Mitt Romney atacou nesta quarta-feira (29/) a gestão econômica do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, e o acusou de se deixar "pisotear" pela China, às vésperas da "Super Terça" da próxima semana, quando necessita ganhar o apoio dos eleitores.

Durante uma visita a uma fábrica em Toledo (Ohio), um dos estados mais afetados pela fuga de empregos e chave neste ciclo eleitoral, Romney reiterou sua promessa de mais empregos e disse que, se ganhar as eleições presidenciais de novembro, pretende considerar a China como um país "manipulador" da própria moeda.

Romney acusou Obama de permanecer impassível enquanto a China "deixa em quebra os negócios americanos", elimina empregos nos EUA e "rouba nossos desenhos, patentes, marcas e conhecimentos".

"Este presidente ficou de braços cruzados enquanto isso ocorre. Certamente que se queixa e diz que os enfrentará, mas eles (os chineses) o pisotearam. Se eu for presidente dos Estados Unidos, isso vai acabar", prometeu Romney, arrancando aplausos de pouco mais de 100 pessoas.

A suposta manipulação chinesa do iuane é uma queixa constante entre a classe política dos EUA, que acusa a China de incorrer em uma prática "desleal" ao manter sua divisa artificialmente baixa em detrimento das exportações americanas.

Em junho de 2010, a China disse que permitiria uma flutuação mais livre de sua divisa, mas isso não detém seus detratores.

Romney visitou a fábrica American Posts, nesta importante região industrial, um dia após ganhar por ampla margem as primárias do Arizona, embora mal tenha sobrevivido nas de Michigan, seu estado natal, contra o ex-senador da Pensilvânia Rick Santorum.

Ohio, que em dezembro registrou uma taxa de desemprego de 8,1%, possui um forte setor agrícola, mas é o setor manufatureiro o principal motor de sua economia. Por isso, a visita de Romney à fábrica manufatureira de barras de aço teria nesta quarta-feira uma maior relevância eleitoral.

Retomando o tema da recuperação econômica, Romney repetiu como mantra sua promessa de "mais empregos, menos dívida e um papel reduzido do governo".

Romney, considerado alienado dos problemas do povo, manifestou sua vontade de lutar pelo trabalhador norte-americano, criando empregos bem remunerados em vez de hipotecar o futuro das próximas gerações.

"Para mim, o que se precisa é mais empregos, menos dívida e um governo mais enxuto, e eu sei como fazê-lo", enfatizou Romney, que durante toda a campanha se vangloriou de suas destrezas e conquistas no setor privado.

Entre os participantes do evento esteve Sam Wurzelbacher, mais conhecido como "Joe, o encanador", um morador de Ohio que ganhou fama nacional em 2008 quando questionou a política tributária do então candidato Obama.

Perguntado sobre que conselhos daria a Romney, Wurzelbacher considerou que o pré-candidato teve bastante êxito até agora, mas deveria "passar um tempo com os trabalhadores siderúrgicos, encanadores e carpinteiros… pessoas da classe operária que lutam diariamente".

Embora não tenha mencionado nenhum de seus rivais pelo nome, Romney se mostrou como o único candidato com experiência empresarial, em contraste com "alguns que passaram toda sua carreira em Washington".

Romney prevê participar de outro ato em Bexley, outra cidade de Ohio, e viajará nesta quinta-feira para Idaho e Washington.

Durante o fim de semana, Romney voltará a Ohio, um dos estados decisivos nas primárias e "caucus" (assembléias populares) que serão realizadas em dez estados na próxima terça-feira, muitos deles em território conservador.

Santorum e o ex-presidente da Câmara de Representantes Newt Gingrich buscam se projetar como a alternativa a Romney, que segue ganhando vantagem.

Os quatro pré-candidatos continuam cultivando votos para a Super Terça da próxima semana, quando estarão em jogo 437 delegados. É o maior número de delegados em um só dia e mais de um terço da barreira de 1.144 necessária para conseguir a candidatura presidencial republicana.

Fonte: EFE