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Reino Unido fecha comitê regulador de imprensa

A Comissão de Reclamações contra a Imprensa do Reino Unido confirmou nesta quinta-feira que será fechada e substituída por outro organismo. A organização, vinculada ao Parlamento inglês, foi criticada após o escândalo das escutas telefônicas ilegais nos tabloides ingleses.

O grupo nomeou um "diretor de transição", que será responsável por conduzir o fim da atual comissão o mais rápido possível e planejar a criação de um novo corpo, que teria os mesmos recursos, mas com equipe diferente. A decisão pelo encerramento foi tomada em uma reunião em fevereiro.

A organização, que conta com a participação de membros dos meios de comunicação, é considerada fraca e ineficiente pelas vítimas das escutas ilegais dos tabloides, que estão recorrendo à Justiça para reparação. Ela apenas tem o poder de exigir direitos de resposta aos jornais, mas não pode, por exemplo, aplicar multas.

Uma das principais críticas da comissão é a autora da saga "Harry Potter", J.K. Rowling, que foi vítima de um grampo em seu telefone por um jornalista do tabloide "News of The World", fechado em julho de 2011. Ela chamou o grupo de "sem dente, e, na melhor das hipóteses, apenas um exercício de tapa na cara".

O diretor da entidade, David Hunt, afirmou que, após a reestruturação, os britânicos receberão "um regulador da imprensa com dentes pela primeira vez". "O grupo terá uma estrutura autorregulatória independente que todos irão aprovar". O representante não deu mais detalhes de como será o novo organismo. 

Demissão

A reestruturação do comitê vem uma semana após a demissão de James Murdoch, filho do presidente da News Corporation, Rupert Murdoch, da Presidência da News International, filial que reúne os jornais britânicos do grupo americano de imprensa, em meio ao escândalo das escutas.

A News Corporation anuncia que "James Murdoch, diretor executivo adjunto, renunciou ao seu posto de presidente executivo da News International" e vai "se focar na expansão internacional das atividades de televisão" do grupo.

Sua renúncia ocorre depois de dez jornalistas do "The Sun" serem detidos por pagarem supostos subornos a funcionários públicos e enquanto continua a investigação sobre as escutas telefônicas feitas no extinto "The News of the World", da mesma rede.

Fonte: Folha