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Corrente humana cerca Parlamento japonês por blecaute nuclear

Milhares de japoneses se reuniram neste domingo para formar uma corrente humana em torno do prédio da Dieta (Parlamento) do Japão, para pedir ao governo que abandone a energia atômica, quando se completa o primeiro aniversário do desastre que castigou o país no dia 11 de março.

A corrente humana começou a rodear o prédio no final de uma grande marcha antinuclear que saiu do parque Hibiya da capital japonesa e que percorreu várias ruas da cidade.

Ao redor do Parlamento, em meio de uma forte presença policial, grupos de idosos, jovens e inclusive crianças com seus pais formaram a enorme fila com cartazes, velas e palavras de ordem a favor do fim das usinas nucleares no Japão.

A marcha começou depois que as milhares de pessoas reunidas em Hibiya guardaram um emotivo minuto de silêncio na hora exata na qual há um ano um terremoto de 9 graus na escala Richter sacudiu o país e provocou um devastador tsunami com mais de 19 mil mortos.

Muitos dos manifestantes levavam cartazes contra a contaminação nos alimentos e pediam para proteger a saúde da população, sobretudo a das crianças, lembrando que por causa da crise foram encontrados lotes de alimentos contaminados com radiação procedente da usina.

Além da manifestação antinuclear de Tóquio, o movimento contra as centrais atômicas organizou protestos em locais como Koriyama, na região de Fukushima, e onde permanecem parte dos evacuados por causa do acidente na unidade.

A Tokyo Electric Power (Tepco), operadora da usina nuclear de Daiichi, pediu, neste domingo (11), "profundas desculpas" aos moradores de Fukushima e a toda a sociedade "pela preocupação e ansiedade" provocadas com o acidente nuclear desencadeado pelo tsunami de há um ano.

Em comunicado pelo aniversário de um ano da tragédia de Fukushima, o presidente da Tepco, Toshio Nishizawa, se comprometeu a manter os esforços para garantir condições estáveis na central e a trabalhar "para o desmantelamento a médio e longo prazo dos reatores".

Além disso, "todas as companhias do grupo Tepco intensificarão seus esforços para atender os afetados atualmente e fazer chegar até eles de maneira ágil as compensações devidas", assegurou.

O imperador do Japão, Akihito, pediu, neste domingo (11), aos cidadãos que mantenham seu apoio aos afetados pelo tsunami que há um ano devastou o nordeste do país e prossigam os "contínuos esforços" para melhorar a situação nas regiões afetadas.

Em um memorial em Tóquio em lembrança de vítimas da tragédia, o imperador, de 78 anos, advertiu que ainda há "obstáculos no caminho" para os afetados pelo desastre.

"Desejo que todo o povo japonês esteja com eles", disse o chefe do Estado, com traje de luto e acompanhado por sua esposa, a imperatriz Michiko, vestida com um quimono preto de luto.

Akihito ressaltou a importância que, após a experiência do tsunami, sejam tomadas medidas de prevenção perante eventuais emergências e se transmita o que ocorreu há um ano às gerações futuras.

Cerca de 1.200 pessoas assistiram ao ato oficial em Tóquio, que começou com um minuto de silêncio pelas vítimas e durante o qual o primeiro-ministro, Yoshihiko Noda, se comprometeu a acelerar ao máximo a reconstrução.

Fonte: UOL/ Efe