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As bases militares dos Estados Unidos no Japão

A presença militar dos Estados Unidos no Japão tem adquirido ultimamente especial relevância pelas propostas de Washington de reinstalar uma base na ilha de Okinawa e a indecisão de Tóquio a respeito.

De acordo com os mais diversos dados, nem a recente visita a essa ilha do premiê Yoshihiko Noda tem conseguido consenso entre as duas partes, apesar de existir um pacto bilateral nesse sentido assinado em 2006.

Mas a mais firme oposição provém de organizações populares e, inclusive, de servidores públicos locais, que, em conjunto, exigem o fechamento das instalações militares estadunidenses.

Associações como a Não a bases militares no Japão, denunciam que no país "existem 135 bases estadunidenses com cerca de 54 mil soldados", dos quais 75% se concentra em Okinawa.

Para outros, e tal é o caso do governador do departamento de Yamaguchi, Sakinari Nii, é inaceitável o transporte desses assentamentos a outro território do país pelos riscos e o mal-estar que gera entre a população.

Ao concluir a Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos mantiveram extensas áreas do território japonês ocupadas e somente em 1972 cederam uma parte de Okinawa às autoridades de Tóquio.

"Essas bases -declarou o Movimento Nacional contra tais centros- causam sérios problemas nas condições de vida, destroem o meio ambiente e provocam acidentes e crimes."

De igual forma, o governo japonês não tem conseguido limitar as atividades de Washington pelas mordomias extraterritoriais concedidas no início dos acordos sob imposição assinados desde 1950, acrescentaram.

Cifras divulgadas nesse sentido detalham que os japoneses pagam custos adicionais para o realinhamento das instalações militares dos Estados Unidos por cerca de 26 bilhões de dólares.

Por outro lado, tanto Tóquio como Washington mantêm sob estrito segredo os depósitos de armas nucleares em Okinawa e o sistema de apoio logístico que permite controlar vastos espaços aéreos na Ásia.

Vale destacar, de acordo com fontes antibelicistas do Japão, que até congressistas estadunidenses como Ron Paul e Dennis Kucinich admitem o grave problema financeiro que implicam as mencionadas bases.

Kucinich, citado em meios de imprensa, chega a afirmar que "não temos dinheiro para ser polícias do mundo e devemos deixar de fingir que o fazemos".

O debate, agora estancado ao menos oficialmente, afeta sobretudo aos mais de um milhão e meio de moradores de Okinawa, palco de uma das batalhas mais sangrentas da última conflagração mundial.

Fonte: Prensa Latina