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Após frágil cessar fogo, Israel continua a bombardear Gaza

A frágil trégua estabelecida na madrugada desta quarta-feira (14/04) entre Israel e o braço militar da Jihad Islâmica foi novamente desrespeitada nesta quinta-feira com os bombardeios da aviação israelense na Faixa de Gaza. Como resposta aos ataques, os palestinos lançaram foguetes contra o território israelenses, mas ambas as ações não deixaram vítimas.

Israel segue com o mesmo argumento de que está apenas se defendendo dos foguetes lançados por palestinos. Nesta quinta, a Força Aérea do país afirmou que o bombardeio aconteceu justamente em uma área onde os artefatos eram disparados e também em um “túnel terrorista” no sul de Gaza.

“Os ataques são uma resposta direta aos foguetes disparados contra Israel”, destacou a nota israelense. As ações desrespeitam mais uma vez a trégua que o Egito tentou estabelecer na madrugada da última quarta.

A atitude egípcia, no entanto, ao menos instituiu um período de relativa calma depois que confrontos entre os dois lados causaram a morte de pelo menos 26 pessoas na Faixa de Gaza. É a maior ofensiva israelense na região desde agosto e a segunda após a Operação Chumbo Grosso, em dezembro de 2008 e janeiro de 2009, quando mais de 1.400 palestinos morreram.

A escalada de violência foi provocada pelo assassinato do secretário-geral dos Comitês da Resistência Popular, Zuhair al Qaisi, pelos israelenses na última semana. Israel alega que matou al Qaisi, pois ele planejava um atentado contra o país.

Segundo articulistas de jornais israelenses, as ações palestinas, de dispararem centenas de foguetes contra Israel, já deveriam ser esperadas pelo país após o assassinato de al Qaisi. Para Yaakov Katz, do diário Jerusalém Post, o exército israelense “sabia no que estava se metendo” quando matou o oficial.

“Avaliações baseadas na decisão de bombardear o carro previram que cerca de 100 foguetes poderiam ser lançados contra Israel durante cada dia de reação pela violência. Esse era um preço que o governo se achava capaz de pagar”, avaliou.

Já Gideon Levy, do diário Haaretz, criticou a falta de oposição em Israel para que se questionasse a necessidade da ação israelense que resultou na morte do líder palestino.

“O terror em massa era de se esperar e partiu diretamente de um ato de violência israelense. No entanto, ninguém pensou de expressar sua oposição. Melhor nem perguntar se de fato um ataque terrorista tinha sido frustrado; se o secretário-geral dos Comitês de Resistência Popular era uma dessas raras pessoas na história humana para os quais não há substituição, ou se realmente o seu assassinato foi benéfica ou legal”, concluiu.

Fonte: Opera Mundi