90 ANOS NÃO SÃO 90 DIAS

PCdoB catarinense em suas intervenções nas casas legislativas pelo estado se baseará neste documento escrito por Bernardo Joffily

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Em 25 de março de 1922, em Niterói, nove delegados, representando 70 militantes, espalhados por oito núcleos, de Porto Alegre a Recife, fundaram o Partido Comunista do Brasil. Hoje o PCdoB completa 90 anos: é um feito não só dos comunistas, mas da nação e dos trabalhadores brasileiros. Merece um exame mais atento.

É a primeira vez que um partido político brasileiro chega aos 90 anos. Em outros países, inclusive de nossa América Latina, há não poucos partidos mais que centenários. Aqui, as vicissitudes da luta política impediram essa permanência. Sucessivas gerações de partidos tentaram se afirmar, porém terminaram varridas por golpes, ditaduras e medidas de coação.

Apenas um deles se manteve. E a que preço!

Das nove décadas do PCdoB, seis foram na ilegalidade. As ditaduras que o país viveu centraram seu ataque contra os comunistas. Luís Carlos Prestes, encarcerado pelo Estado Novo, incomunicável durante um ano; Olga Benário, entregue aos carrascos da Gestapo; os guerrilheiros do Araguaia, trucidados ação militar de aniquilamento em que a ordem foi não fazer prisioneiros; os mártires da Chacina da Lapa, último assassinato coletivo da ditadura de 1964 – são incontáveis os testemunhos dessa saga. É inusitado que justamente o partido mais perseguido seja também o mais longevo.

Apenas com a democratização de 1984 o PCdoB pôde viver uma legalidade estável, apresentar-se abertamente ao país, estruturar-se, concorrer a eleições, expor suas ideias e lutar por elas gozando dos direitos corriqueiros de um partido. É sabido que ele ajudou desde o início a construir o projeto democrático-popular vitorioso nas eleições presidenciais de 2002, 2006 e 2010. Assim como é público o programa do PCdoB, que propõe uma transformação mais profunda, tendo como rumo o socialismo, renovado e brasileiro, e como caminho um novo projeto nacional de desenvolvimento.

Muitos brasileiros abraçam esta proposta, outros não a endossam plenamente, e por certo há ainda os que a combatem. É legítimo e democrático. É ao povo brasileiro, que nestes anos de democracia vai fazendo penosa mas incessantemente o seu aprendizado, que cabe julgar.

Porém há na existência deste partido de 90 anos um valor que não pertence apenas aos comunistas: o exemplo de que é possível e necessário fazer política como uma práxis transformadora e nobre, mesmo quando o preço é tão alto como o foi de 1922 até hoje. Este preço não foi só o PCdoB quem pagou. Este resgate não é só o PCdoB que faz. Este resultado duramente batalhado é uma conquista tanto do PCdoB como da liberdade e da democracia brasileira enquanto obra coletiva, de todas as mulheres e homens que as constroem e sustentam. Representa ainda um legado do passado histórico brasileiro à geração que aqui está e às que nos sucederão.

Em nome deste valor, o 90º aniversário do PCdoB merece mais que os parabéns de praxe. Um partido com esta trajetória faz juz à admiração e apreço de todos os democratas.
 

Viva o PCdoB.
Viva à liberdade e à democracia.
Viva o Brasil!

 *Bernardo Joffily é criador e ex-diretor do Vermelho.org.br, membro do Comitê Central do partido, dirigente estadual do PCdoB/SC e membro da Comissão Estadual de Comunicação

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