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Iroel Sánchez: Máscaras e falta de escrúpulos em Havana

Tenho procurado, sem sucesso, imagens que justifiquem a cobertura que as nunca ponderadas agências de notícias AFP e EFE deram, neste fim de semana, para as chamadas Damas de Branco, no que parece ser uma continuação de tentativas fracassadas que, em dias anteriores, a Igreja Católica cubana descreveu como ações, "com o propósito de criar situações críticas à medida em que aproxima a visita do Papa Bento XVI a Cuba"

Por Iroel Sánchez, em La Pupila Insomne

Os correspondentes estrangeiros em Cuba não precisam testemunhar nada, muito menos comparar fontes ou fornecer testemunho gráfico. Para que comprem suas matérias só devem reproduzir a história que lhes contam por telefone aqueles que vivem precisamente de se tornarem notícia graças a jornalistas tão profissionais como estes.

Sabemos que as agências de imprensa acreditadas em Cuba nunca puderam aludir aos telegramas vazados pela Wikileaks com as dotações financeiras do governo dos EUA a estas pessoas ou aos recibos que meses atrás foram amplamente divulgadas na internet, com os pagamentos para apoiar as "marchas" que estes meios de comunicação amplificam desde a ilha.

Mas o que é realmente estranho é que à EFE e à AFP, tão interessadas no que acontece em torno das "Damas de Branco", tenha escapado a última invenção na qual se gasta o dinheiro do contribuinte norte-americano destinado a este grupo – o mesmo que uma auditoria federal revelou ter sido desperdiçado em chocalates suíços e casacos de vison.

Trata-se do uso de máscaras com o rosto da falecida "líder" das "Damas de Branco", Laura Pollan, cujas imagens aparecem em diferentes blogs cubanos. Máscaras com o rosto de personagens vivas, como os presidentes dos G-8 foram empregadas por manifestantes em alguns países com o sentido cômico. No entanto, nunca se tinha visto que a utilização de máscaras que representassem um indivíduo falecido por seus próprios correligionários, algo que até poderia ser denunciado por familiares da pessoa cuja imagem tem sido objeto de tal ação, quando em Cuba a tradição associa as mácaras ao carnaval e a aniversários infantis.

Máscara com o rostro da falecida "Dama de branco" Laura Pollán, empregada este fim de semana pelo grupo / Foto: Reprodução


Manifestantes com máscaras da chanceler alemã Angela Merkel, do primeiro ministro italiano, do presidente estadunidense Barack Obama e do presidente francés Nicolas Sarkozy
na cúpula do G-8, em maio de 2011 / Foto: EFE

Este também parece ser o sentido com que se produzem as máscaras usadas neste fim de semana pelas "Damas de Branco ", porque no site www.mask-arade.com promovido no verso das máscarasse promete Endies fun (diversão sem fim ), juntamente com imagens associadas a eventos como aniversários, festas e outras coisas dete tipo. Motivo pelo qual, talvez, a AFP e a EFE deveriam perguntar a seus informantes se alguém decidiu dar tom de comédia para as atividades de suas muito atendidas Damas.


Verso da máscara usada pelas Damas de branco / Foto: Cambios en Cuba



A produtora das máscaras com o rostro de Laura Pollán promete "Diversão sem fim"
 

Ocupados em repetir e repetir as mesmas construções com as quais aborrecem suas audiências, a alguns correspondentes estrangeiros em Havana escapa a notícia espetacular: "Damas de Branco profanam sua líder falecida," como também lhes escapa a cada dia p o que acontece nesta ilha entre milhões de pessoas vivem, aprendem, trabalham e até mesmo se divertem de rosto descoberto.