PIB do Ceará cresce 4,3% em 2011 e supera desempenho nacional

A economia cearense, medida pelo Produto Interno Bruto (PIB) a preços de mercado, cresceu 4,3% em 2011, isso em relação a 2010, e superou o desempenho da economia brasileira no ano passado, que foi de 2,7%, confirmando a expectativa dos técnicos do Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (Ipece). Com o resultado, o PIB do Ceará totalizou, em 2011, um valor de R$ 84 bilhões, resultando em uma renda per capita de R$ 9.865,00.

No quarto trimestre de 2011, o PIB do Ceará a preços de mercado – que representa a soma de todos os bens e serviços produzidos – apresentou evolução de 3,6%, contra 1,4% do nacional. O Produto Interno Bruto é um indicador que mostra a tendência do desempenho da economia cearense no curto prazo, com base nos resultados dos três setores, Agropecuária, Indústria e Serviços, desagregados por suas atividades econômicas. A tendência, em 2012, é que a economia cearense continue a crescer acima da nacional.

Os números foram divulgados nesta terça-feira (20) pela Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag) do Governo do Estado e pelo Ipece. Todos os índices estão no Ipece/Informe nº 25 (Desempenho da Economia Cearense no 4º Trimestre e Acumulado de Janeiro a Dezembro de 2011), que pode ser acessado no www.ipece.ce.gov.br.

Já a economia cearense mensurada pelo Valor Adicionado (VA) a preços básicos, ou seja, sem incluir os impostos, cresceu, no ano passado, 5%, superando a nacional, de 2,5%. No quarto trimestre, também levando em consideração o VA, o desempenho cearense foi de 4,5% (sobre o mesmo trimestre do ano anterior), maior também que a taxa brasileira, de 1,2%. A economia cearense – observa o professor Flávio Ataliba, obteve taxas de variações maiores que as nacionais nas duas comparações (PIB e VA) e nos dois períodos, no ano e no quarto trimestre de 2011.

Setores

Após dois anos registrando queda no Valor Adicionado, o setor de Agropecuária cearense, em 2011, apresentou um crescimento significativo de 33,9% quando comparado a 2010. Já Agropecuária brasileira cresceu 3,9% sobre 2010, destacando uma produção agrícola recorde em 2011, com uma produção nacional de 159,9 milhões de toneladas. Os resultados do Ceará e do Brasil foram influenciados pelo crescimento das lavouras, leguminosas e oleaginosas, devido às boas condições climáticas.

Em 2011 a safra de grãos cearense foi recorde e alcançou 1,3 milhão de toneladas, uma variação de 287,2% em relação à safra registrada em 2010, com destaque para o milho (422,2%), feijão (217,5%) e arroz (46,4%), citando as mais importantes, que, juntas, representaram 97,6% do total de grãos. A produção de frutas também apresentou bons resultados, dado a prática de uma agricultura diferente da tradicional, introduzindo tecnologia na produção de culturas, como a melancia (13,1%), maracujá (13%), banana (11%) e mamão (9,4%).

A Indústria cearense fechou 2011 com um leve crescimento de 0,5% sobre o ano de 2010, que foi muito bom para a Indústria, com incremento de 9,7%. Já o resultado do quarto trimestre foi o melhor alcançado pelo setor Industrial, com um crescimento de 2,9% sobre o mesmo trimestre de 2010. No caso cearense, dos quatro segmentos industriais, a Extrativa Mineral e a Transformação apresentaram variações negativas de 5,8% e 3,3%, respectivamente. As maiores variações positivas foram verificadas em Eletricidade, Gás e Água (5,2%) e Construção Civil, com 4,9%.

Em 2011, o Setor de Serviços foi novamente o sustentáculo da economia cearense, com destaque para o Comércio e Alojamento e Alimentação. O Comércio vem registrando expansão, desde 2004, no volume de vendas a varejo, influenciada pela conjuntura favorável, como a ampliação do crédito, salários com ganhos reais, uma política monetária flexível, com redução da taxa Selic. Além de promoções do segmento comercial, como a Fortaleza Liquida, tem dado suporte para a continuidade das vendas varejista cearense. Os resultados do Valor Adicionado do Comércio são fortalecidos pelas vendas do varejo medidas pelo IBGE, por meio da Pesquisa Mensal do Comércio (PMC).

Na análise do indicador simples, sem contabilizar as atividades de Veículos, motos e peças, e Material de Construção, o volume de vendas cresceu 8,0%, em 2011. Quando se inclui as atividades mencionadas, a variação cresce para 8,6% sobre 2010. Nos dois índices, a maioria das atividades acusou taxas positivas, destacando-se: equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (21,7%); artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (18,3%); Livros, jornais, revistas e papelaria (16,8%), Veículos, motos e partes e peças (10,6%).

Mercado de Trabalho

O bom desempenho econômico do Ceará transbordou para o mercado de trabalho. O Estado registrou um saldo de 57.054 empregos com carteira assinada, acumulando, de 2007 a 2011, um saldo de 287.203 vagas. O maior destaque de 2011 na geração de emprego formal foi o setor de Serviços, com a oferta de 27,9 mil empregos, seguidos pelo Comércio, com 17,9 mil vagas. Dentre as atividades que compõem os Serviços, destacaram-se as atividades de Alojamento e alimentação, com a criação de 7,2 mil postos de trabalho, e Comércio, administração imobiliária e serviço técnico profissional, com 10,9 mil empregos celetistas.

Apesar das crises, o país registrou resultados positivos nos principais indicadores do comércio exterior. Os resultados para o Ceará, de um modo geral, seguiram os nacionais, com exceção da balança comercial, que foi negativa para os quatro anos analisados, tendo em vista o volume das importações cearenses, na maioria equipamentos destinados aos investimentos em implantação no Estado. De forma geral, esses resultados foram satisfatórios para a economia crescente. No que se refere à pauta de exportações dos principais segmentos cearense, quase todos os produtos selecionados apresentaram variações positivas. Vale citar o crescimento das exportações de Óleos brutos de petróleo e lubrificantes, com uma variação de 4.291,1% em 2011, sobre 2010.

Fonte: Ipece