Farc: Presos políticos estão há 6 dias em greve de fome
Um grupo de guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) detidos em diversas prisões está em greve de fome há seis dias para exigir que o governo permita a visita humanitária do movimento Colombianos e Colombianas pela Paz e do grupo internacional de mulheres, além do reconhecimento da existência de presos políticos no país.
Publicado 26/03/2012 16:19
De acordo com o porta-voz do movimento, Miguel Gutiérrez, a medida está sendo adotada em cerca de 17 prisões da Colômbia, onde se encontram aproximadamente oito mil insurgentes.
No último dia 18 de março, no entanto, o presidente colombiano Juan Manuel Santos, por meio do ministro da Justiça, Juan Carlos Esguerra, anunciou que não permitirá a visita de grupos humanitários às prisões onde há guerrilheiros detidos.
O processo tem ficado tenso. Nesta segunda-feira (25), o governo confirmou a morte de pelo menos 32 guerrilheiros após um ataque militar na zona rural do departamento de Meta. No último dia 21, Santos anunciou a morte de outros 33 combatentes.
Os guerrilheiros presos, em comunicado, questionam: “como pode o governo pretender falar em paz e reconciliação nacional quando se nega a existência de presos políticos e de prisioneiros de guerra, sendo que somos, na realidade, parte deste conflito social e armado que padece a pátria?”
“Se o governo está convencido a buscar uma saída dialogada para o conflito, deve fazer um gesto recíproco que anime as partes a continuar apostando nesta iniciativa. Uma deve ser reconhecer o conflito social e armado e ao mesmo tempo a existência de presos políticos e prisioneiros de guerra, e permitir a proposta do Colombianos e Colombianas pela Paz.”
O grupo pede que os movimentos e organizações sociais da Colômbia “nos acompanhem neste justo pedido e ao mesmo tempo, convidamos a abrir um espaço de discussão sobre o crime político” no país.
Eles reiteram que é “contraditório que um governo que se ufana de ser democrático negue tal verificação, o que deixa claro que escondem ou temem algo”.
Os manifestantes lembram que “a norma internacional reconhece o sagrado direito à rebelião que tem os povos a pegarem em armas contra os governos tirânicos e despóticos. A insurgência colombiana vem dando passos importantes na possibilidade de encontrar uma solução política dialogada para a guerra”.
“Nós, presos políticos não somos nem delinqüentes, nem terroristas. Somos lutadores do povo”. Desta maneira termina o comunicado.
Da Redação,
Vanessa Silva