Sem categoria

Bolívia: médicos graduados em Cuba são alternativa a greve médica

O Serviço Departamental de Saúde (Sedes) de Cochabamba pretende convocar a partir desta quinta-feira (29) os médicos bolivianos recém graduados em Cuba para atender pacientes da área urbana da cidade, cujos hospitais públicos enfrentam uma greve médica por tempo indeterminado. 

O Sedes está decidido a convocar os doutores do departamento que se graduaram no sábado passado (24) no Coliseo da Coronilla, cujos estudos realizaram em Cuba, para prestar serviços em quatro zonas da cidade de mais de um milhão de habitantes.

"Os médicos bolivianos que se graduaram têm que ir à área rural, mas com esta greve indefinida vamos ver a possibilidade de garantir com eles a atenção médica", manifestou o diretor do Sedes, Guido Sánchez.

Sánchez recordou que só na cidade de Cochabamba existem 30 centros médicos, por isso será organizado o envio de dois médicos formados em Cuba para cada um dos centros.

Eles garantirão uma atenção permanente em medicina geral, já que os casos de emergências serão encaminhados ao Centro de Saúde de Cochabamba e as cirurgias e as cesáreas serão atendidas no Hospital Viedma.

No entanto, a proposta do diretor das Sedes tropeçou com a posição do presidente do Colégio Médico de Cochabamba, Rommel Perera, que recusou a iniciativa. Perera recordou que os médicos formados em Cuba que queiram exercer a profissão devem cumprir primeiro o requisito de validação de seus diplomas.

"A única entidade que reconhece o título é a universidade boliviana, portanto que não pulem dita situação, que sejam legitimados, e que depois obtenham sua matrícula de exercício profissional, para o que requerem de um título a nível nacional", afirmou.

A greve dos médicos, iniciada há dois dias em outras regiões da Bolívia em protesto pela instauração das oito horas de trabalho para o setor, começa nesta quinta-feira (29) em Cochabamba e, ainda que o Colégio do departamento oponha-se, é quase certo que os recém graduados assumam em lugar dos grevistas.

Fonte: Prensa Latina