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Lobato é autor mais admirado no país; Bíblia a obra mais lida

Mesmo depois de mais de 60 anos da sua morte, Monteiro Lobato tem uma obra vivente e continua no imaginário da população. O escritor paulista permanece no topo da lista dos autores brasileiros mais admirados. Foi o que apontou pesquisa divulgada nesta semana pelo Instituto Pró-Livro sobre os hábitos de leitura da população. A última sondagem deste tipo havia ocorrido há cinco anos.

Na sequência, aparecem como mais admirados Machado de Assis, Paulo Coelho, Ariano Suassuna e outros autores de best sellers recentes como o pastor Silas Malafaia e o padre Marcelo Rossi.

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A preferência dos brasileiros por livros de temática religiosa foi confirmada na pesquisa. Assim como em 2007, a Bíblia continua sendo o livro mais lido no país – ganha dos livros didáticos e dos romances. Ela foi citada por 42% dos cerca de 5 mil participantes das pesquisa.

Os entrevistados foram questionados sobre os gêneros que costumam ler. Os livros didáticos foram citados por 32%, os romances por 31%, os livros religiosos por 30% e os contos por 23%. Cada entrevistado selecionou em média três gêneros.

Na lista dos 25 livros mais marcantes indicados pelos entrevistados, o livro Ágape, do padre Marcelo Rossi, perde apenas para a própria Bíblia e para A Cabana, do canadense William Young.

Luiz Alves de Moraes, vendedor de uma livraria em Brasília, disse que os mais vendidos são os títulos de filosofia, teologia e religião. “Pessoalmente, eu consumo vender mais livros de filosofia. O hábito de ler garante um amadurecimento da leitura. Comecei a ler aos 13 anos, por interesse pessoal, sem incentivo de ninguém”, conta. O colega dele, Edmar Rezende, concorda que a venda de religiosos cresceu. “Tem saído muito, principalmente o do padre Marcelo”.

A professora Vera Aguiar, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), avalia que os livros religiosos podem ser uma porta de entrada para a literatura, especialmente para uma parte da população que não tem o hábito da leitura.

Para ela, o aumento das vendas desse gênero está ligada ao avanço das religiões neopentecostais. “Há uma atitude de leitura. Depois ele pode abrir seus gostos para outros tipos de literatura, os clássicos, o entretenimento. É muito significativa essa atitude leitora, a pessoa se decidir uma atividade introspectiva”.

Além de aparecer como o escritor mais admirado, Lobato também tem sua obra mais famosa no rol dos livros mais marcantes. Após a Bíbliia, A Caba e Ágape, foram citados pelos entrevistados O Sítio do Picapau Amarelo, O Pequeno Príncipe, Dom Casmurro e as coleções Crepúsculo e Harry Potter. Em 2007, o clássico lobatiano estava em segundo lugar na pesquisa e agora ficou em quarto.

Nesta lista dos mais marcantes, foram citadas várias histórias infantis de contos de fadas “Os Três Porquinhos”, “Branca de Neve”, “Chapeuzinho Vermelho” e “Cinderela”.

Com agências