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Choques entre milícias tribais chega ao noroeste da Líbia

Milícias tribais sustentaram confrontos esporádicos em imediações dos povoados de Zuwara e Ragdalein, no noroeste da Líbia, enquanto persistem tensões na cidade de Sabha, ao sul, após combates que deixaram cerca de 150 mortos.

Os enfrentamentos foram os mais recentes em uma série de incidentes que demostram a instabilidade política e social do país desde o assassinato de Muamar Kadafi, em outubro de 2011.

Meios de comunicação locais omitiram informações sobre possíveis vítimas, mas recordaram que o autoproclamado governo do Conselho Nacional de Transição (CNT) continua tentando — até agora sem sucesso — impor sua autoridade em todo o vasto território.

Residentes de Zuwara indicaram que essa localidade com costa ao Mar Mediterrâneo, situada cerca de 120 quilômetros ao ocidente de Trípoli, foi atacada com 14 obuses de morteiros disparados por milícias ligadas às forças que derrubaram Kadafi, situadas perto de Al-Jumail e Regdalin.

Os confrontos começaram quando habitantes de Zuwara, em sua maioria pertencentes à minoria étnica bérbere, estavam caçando e feriram, aparentemente por casualidade, um homem oriundo do grupo dos Al-Jumail. Outras fontes alegaram velhas rivalidades étnicas.

O autor dos disparos foi capturado e depois libertado, mas com sinais de tortura, o que avivou a irritação dos habitantes do povoado localizado na principal estrada que liga Trípoli à vizinha Tunísia, aproximadamente 60 quilômetros ao oeste.

Milícias de assentamentos árabes e da mencionada localidade costeira agrediram-se indistintamente com obuses e fogo de artilharia antiaérea, em meio a informações de que 34 pessoas foram tomadas como reféns pelos homens de Ragdalein e Al-Jumail.

A pedido do Ministério líbio do Interior, uma brigada de policiais integrada por antigos rebeldes deslocou-se até Zuwara para tentar conter as hostilidades e libertar os moradores dessa área tomados como reféns no domingo por seus adversários.

Episódios similares ocorreram na semana passada na meridional Sabha, onde o CNT admitiu que em apenas seis dias morreram 147 ex-"rebeldes" que se envolveram em disputas tribais e estavam insatisfeitos pelo abandono em que se encontram depois de lutar contra Kadafi.

As autoridades admitiram que nesta terça-feira ainda se registravam incidentes isolados em Sabha, a maior cidade do deserto e do sul da Líbia, próxima às fronteiras com o Tchade e Níger.

Fonte: Prensa Latina