França expulsa religiosos muçulmanos
Com base no discurso direitista do presidente-candidato Nicolas Sarkozy, as autoridades da França deportaram dois muçulmanos, sob o argumento de que seriam radicais religiosos, e mais três deverão ser expulsos do país nos próximos dias. A ação está sendo tratada como uma resposta aos ataques promovidos por Mohamed Merah, de 23 anos, no mês passado, que provocou sete mortes na região de Toulouse, no Sudoeste do país.
Publicado 03/04/2012 12:34
Sarkozy tem utilizado o caso politicamente, para tentar reverter sua rejeição às vésperas da eleição presidencial, com um discurso conservador de combate ao terrorismo e à imigração e em defesa da segurança.
O Ministério do Interior da França informou que as pessoas deportadas foram enviadas ao Mali e à Argélia. Nesta segunda-feira (02), a polícia francesa havia detido 19 suspeitos de radicalismo. Em campanha para a reeeleição, durante comício na cidade de Nancy, o presidente da França anunciou o fim da tolerância em relação ao que ele chama de radicais religiosos.
“Envio uma advertência muito clara, que deve ser bem compreendida. Todos os que pregarem valores contrários aos da República Francesa serão expulsos na hora, não haverá exceção, não haverá nenhuma indulgência", disse Sarkozy.
A afirmação foi feita logo depois de o ministro do Interior, Claude Guéant, ordenar a expulsão da França de cinco imãs (líderes religiosos muçulmanos) e muçulmanos de diversas nacionalidades, considerados radicais por ameaçar os interesses fundamentais do Estado.
Dois deles – o argelino Ali Belhadad e Almany Baradji, um imã do Mali – foram deportados nesta segunda. Os outros três são homens e dois deles foram apontados como imãs suspeitos de serem radicais. Os casos foram analisados pela comissão de expulsão.
Na semana passada, o governo francês proibiu a entrada de quatro religiosos que iam participar do encontro anual das Organizações Islâmicas da França, de 6 a 9 de abril em Saint-Denis, nos arredores de Paris. A polícia também lançou uma ofensiva no dia 17 de março, prendendo 17 suspeitos de serem radicais.
Com Agência Brasil