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Cúpula dos Povos: Visão antagônica à do imperialismo

Os temas que suscitam conflitos na América, assim como as relações hemisféricas e o papel dos Estados Unidos, serão debatidos na 5ª Cúpula dos Povos, a realizar-se na cidade colombiana de Cartagena de Índias entre a quinta-feira (12) e o sábado (14).

Gabriela Parra, membro do comitê organizador, disse à agência Prensa Latina que o encontro pretende construir alternativas e contrastar com as temáticas que a 6ª Cúpula das Américas abordará.

Parra pontuou que no foro dos povos se encontrarão mais de mil organizações sociais e representantes de setores políticos progressistas de todo o continente.

Estes representantes dos povos exigirão dos mandatários que abordem na 6ª Cúpula das Américas os temas cruciais da realidade política e socioeconômica do hemisfério.

Trata-se de gerar um amplo espaço de discussão dos problemas cruciais a nível continental como a política belicista dos Estados Unidos, assim como os impactos negativos dos tratados de livre comércio nas economias da região, assinalou por sua parte Enrique Daza, porta-voz do foro dos povos.

Daza também especificou outros temas a tratar no encontro, independentemente da cúpula oficial, a crise do modelo neoliberal, a promoção indiscriminada do investimento estrangeiro, a ameaça à soberania alimentar e o bloqueio econômico, financeiro e comercial estadunidense a Cuba.

A isso se acrescentam as lutas pelo fim da militarização com o pretexto da guerra contra as drogas e sua substituição por uma política integral, multilateral e com ênfase nas medidas de saúde pública, agregou.

Por outra parte, Daza enfatizou que esta cúpula é, “efetivamente, dos povos, dos setores sociais e populares das Américas e nada tem a ver com a organizada pelo governo colombiano e auspiciada pela Organização dos Estados Americanos”.

Enquanto a 6ª Cúpula convocada com título “Conectando as Américas: Sócios para a Prosperidade”, abordará aspectos que não geram fricção, a Cúpula dos Povos se centrará na análise das causas da injustiça e da desigualdade na região e na irrupção das resistências frente à imposição das políticas neoliberais, sublinhou.

Para enriquecer a discussão, a organização do foro dos povos convidou os governos progressistas da América Latina para que se façam presentes com o fim de que exponham suas experiências políticas e o processo de reformas que impulsionam em seus respectivos países.

Durante suas deliberações que se realizarão depois de dois dias de sessões setoriais e com temáticas definidas, ao término das mesmas se efetuará uma assembleia geral, que culminará com uma mobilização pelas principais ruas de Cartagena de Índias.

Para Socorro Gomes, presidente do Conselho Mundial da Paz e do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), a Cúpula dos Povos é uma resposta às “solertes manobras do imperialismo estadunidense que procura envolver e cooptar países democráticos e isolar os revolucionários com políticas golpistas, intervencionistas e militaristas”.

Socorro Gomes disse ainda que a exclusão de Cuba da Cúpula das Américas “é uma imposição do imperialismo estadunidense com a cumplicidade de uns poucos governos lacaios na região”. Mas a militante pacifista, que se afirma como “historicamente otimista”, diz que os dias do pan-americanismo hegemonizado pelo imperialismo dos Estados Unidos são “tempos pretéritos”. “A OEA está morta, só falta ser enterrada. O presente e o futuro da América Latina e Caribe pertencem à Comunidade dos Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac)”, diz a presidente do Conselho Mundial da Paz.

Da Redação do Vermelho, com informações da Prensa Latina