Mais de mil presos palestinos iniciam greve de fome em Israel

Denunciando as péssimas condições dos presídios israelenses, além das recorrentes detenções sem acusação formal, mais de 1,2 mil presos palestinos iniciaram nesta terça-feira (17/04) uma greve de fome, de acordo com autoridades israelenses.

Ao mesmo tempo 2,3 mil rejeitaram suas refeições. No entanto, o porta-voz do Ministério de Prisioneiros palestino, Hassan Abed Rabu, disse que 1,6 mil se uniram ao jejum por prazo indefinido.

"A greve é em defesa dos direitos humanos dos prisioneiros", disse Rabu. Ele afirmou que "Israel não permite que mais de 350 presos originais da Faixa de Gaza recebam visitas de seus parentes há mais de cinco anos".

Outros motivos são "exigir a melhora dos serviços médicos e a permissão para que possam estudar, fazer os exames de bacharelado e ter acesso ao ensino universitário". Segundo o Ministério de Prisioneiros palestino, há mais de cinco anos Israel não permite que os reclusos finalizem o bacharelado e há dois também não podem prosseguir seus cursos universitários.

A maioria dos presos em greve é do partido Fatah, da Jihad Islâmica ou da Frente Popular Democrática, enquanto os membros do movimento Hamas presos não aderiram à greve, embora, segundo Rabu, "irão se incorporar a ela mais tarde".

Há 4.700 palestinos presos em penitenciárias israelenses, a maioria deles após ter sido julgada por tribunais militares, segundo dados oficiais palestinos.

Deles, mais de 300 estão em situação de "detenção administrativa", que permite a Israel retê-los durante meses ou anos sem acusação nem julgamento e sem comunicar-lhes o motivo de sua detenção nem as provas que existem contra eles.

Israel deve libertar nesta terça-feira Jader Adnane, da Jihad Islâmica, que recentemente fez uma greve de fome de 66 dias, depois de ter sido colocado em prisão administrativa sem indiciamento formal.

Com agências