Sarkozy e Hollande empatam em nova pesquisa na França

A cinco dias do primeiro turno das eleições presidenciais na França, uma nova pesquisa coloca os dois principais candidatos, Nicolas Sarkozy e François Hollande, virtualmente empatados e em curva descendente.

O instituto Ipsos, em levantamento realizado para a Rádio France, France Télévisions e o jornal Le Monde entre os dias 13 e 14 de abril, coloca os dois favoritos a continuarem na disputa até o mês de maio com 27% de preferência do eleitorado. Outros dois levantamentos na segunda-feira apresentaram equilíbrio semelhante.

O atual presidente, representante da União por um Movimento Popular (UMP), representante da direita, caiu dois pontos percentuais em relação à última pesquisa, divulgada há uma semana. Hollande, do Partido Socialista (PS), que representa o reformismo social-democrata, apresentou queda, de 1,5 ponto.

No segundo turno, os sociais-democratas conquistariam a vitória por uma diferença folgada, de doze pontos percentuais contra o candidato à reeleição: 56% a 44%, diferença um ponto a mais em relação à pesquisa anterior.

Na disputa simbólica pelo terceiro lugar, o neofascismo, representado por Marine Le Pen (Frente Nacional), possui 15,5% (subiu meio ponto), seguida por Jean-Luc-Mélenchon (Frente de Esquerda), estável com 14,5% e pelo outro social-democrata François Bayroux (Movimento Democrático), com 10% (subiu meio ponto).

Caso esses percentuais se confirmem na votação, será a primeira vez na história das eleições na Quinta República em que cinco candidatos ultrapassam a marca de 10%. Embora esse fenômeno possa representar uma maior pulverização de opiniões, os dois primeiros colocados nunca foram seriamente ameaçados por seus rivais nas pesquisas.

A queda dos principais concorrentes beneficiou os demais candidatos, em especial os nanicos. A representante do Europa Ecologia – Os Verdes, Eva Joly, avança meio ponto (2,5%), mas permanece em um distante sexto lugar. Phillipe Poutou (Novo Partido Anticapitlista) e Nathalie Artaud (Luta Operária) sobem de 0,5% para 1%, Jacques Cheminade (Solidariedade & Progresso) consegue alcançar 0,5% e apenas o neo-gaulista Nicolas-Dupont-Aignan (Viva a República) permanece com 1%.

Herança

No segundo turno, Hollande tem a vantagem de herdar a maioria absoluta dos eleitores de Mélenchon (83%) e da maior parte do centrista Bayroux (37%, contra 30% de Sarkozy), que já integrou governos da UMP no passado.

Resta como maior fator de desequilíbrio a possibilidade de ocorrer uma alta taxa de abstenção. Em 2002, no primeiro turno, ela foi de 28,4%, muito forte no eleitorado socialista. E considerada, portanto, fator decisivo para que o então candidato do PS, o ex-premiê Lionel Jospin, fosse derrotado por apenas 194 mil votos pelo ultradireitista Jean-Marie le Pen. Na pesquisa, 81% dos entrevistados afirmou que irá votar.

Outras pesquisas

O empate técnico entre Sarkozy e Hollande também ocorre em outras pesquisas de opinião mais recentes. Nesta segunda-feira (16), o Ifop, que antes colocava Sarkozy em pequena vantagem, desta vez inverteu as posições. Hollande, com 28% (+ 1 ponto) passou o atual presidente, com 27% (-1,5). No segundo turno, a vantagem do candidato reformista subiu de cinco para dez pontos: 55,5% a 44,5%.

No mesmo dia, o Harris Interactive apontava o direitista Sarkozy com 28% contra 27% de Hollande – nesse levantamento, ambos permaneceram com o mesmo índice. No segundo turno, a vantagem do postulante do PS permanecia em seis pontos (53% a 47%).

Com agências