França: Sarkozy cai na pesquisa e perde apoio entre conservadores

Pesquisas de opinião e perda de apoio indicam provável derrota de Sarkozy nas eleições presidenciais que ocorrerão no domingo. E o esquerdista Mélenchon e a direitista Marine Le Pen disputam o terceiro lugar
 

François Hollande em campanha

A quatro dias das eleições presidenciais na França, marcadas para este domingo (22), pesquisas de opinião e o apoio dado por influentes políticos ao candidato socialista François Hollande dificultam ainda mais a reeleição de Nicolas Sarkozy. O instituto CSA indicou ontem (17) que Hollande teria 29% dos votos no primeiro turno (dois pontos a mais do que na pesquisa anterior), à frente de Sarkozy, com 24% (caiu dois pontos).

No segundo turno, Hollande venceria por uma vantagem de 16 pontos. Marine Le Pen, candidata da Frente Nacional, de extrema-direita, ficaria em terceiro lugar com 17% e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon, 15%. Ainda segundo a CSA, o centrista François Bayrou ficaria com 11% e a ecologista Eva Joly 2%.

Já a sondagem da Ipsos indica empate técnico entre Sarkozy e Hollande, com 27% das intenções de voto cada um. Em relação à última pesquisa, Sarkozy caiu 2% e Hollande 1,5%. A disputa pelo terceiro lugar será mais acirrada, com pequena vantagem de Le Pen sobre Mélenchon — 15,5% contra 14,5%.

O instituto Ifop Fiducial confirma a incerteza na luta pelo terceiro lugar, com apenas um ponto separando Le Pen de Mélenchon, que teve na pesquisa o melhor resultado desde o lançamento da candidatura: 14,5%.

Sarkozy perde apoio

Sarkozy perdeu o apoio de políticos importantes, como a ex-ministra de Planejamento Urbano Fadela Amara, que passarem para o lado de seu principal rival, Hollande. O candidato socialista, ignorado pelos líderes europeus, também recebeu (dia 17) o apoio de Elio di Rupo, primeiro-ministro belga, e de ex-membros dos governos de direita de Jacques Chirac. Corinne Lepage, que foi ministra do Meio Ambiente de Chirac, anunciou que votará nele. "Sempre disse que não queria que Nicolas Sarkozy fosse reeleito. É importante um polo realista, para além da esquerda, que apóie François Hollande", explicou.

Na segunda-feira (16) Martin Hirsch, exaltado Comissário para a Solidariedade e um símbolo da "abertura" do governo de Sarkozy, também anunciou a pretensão de votar em Hollande". O historiador Jean-Luc Barré, um grande amigo de Chirac, afirmou à imprensa que o próprio ex-presidente conservador votará no candidato socialista e contra seu próprio campo.

Com informações do Opera Mundi